Produção de farinha é fortalecida

5 de dezembro de 2020 às 0h10

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Reconhecimento permitirá a abertura de novos mercados para as regiões produtivas mineiras | Crédito: Karine Mileibe de Souza / Agência Minas

As farinhas de milho e de mandioca são base da alimentação de muitos mineiros. Quem não ama um tutu, um bambá de couve, dentre muitas outras delícias preparadas há séculos com essas farinhas? Muito mais que alimentos, elas são parte da história e da cultura de Minas Gerais. E é exatamente para preservar esse valor que o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) está elaborando um inventário da produção dessas farinhas no Estado.

Já foram identificadas mais de 300 casas e moinhos espalhados por 200 municípios. O objetivo é que essa tradição cultural alimentar seja reconhecida como patrimônio de Minas Gerais até o fim deste ano e, dessa forma, seja fortalecida como atividade econômica.

O trabalho do Iepha-MG foi iniciado em outubro de 2019, como um desdobramento do inventário do rio São Francisco, realizado em 2014. Nele, o instituto identificou uma série de práticas vinculadas à cultura alimentar daquela região. Até a última semana, o levantamento já havia apontado que as cidades com mais moinhos cadastrados são Serro (23) e Itinga (10), no Vale do Jequitinhonha, Águas Vermelhas (10), no Norte de Minas, e São José do Mantimento (9), na Zona da Mata.

Costumes – O hábito de se alimentar reúne uma série de práticas e valores sociais relacionados à afetividade e à cultura. Ele desperta memórias e vivências e é parte formadora da identidade coletiva de um povo. Esse processo é complexo e envolve várias etapas, como a produção, o plantio, a preparação, o consumo e o descarte dos alimentos. “Com o inventário das farinhas de milho e de mandioca, o instituto joga luz no conhecimento da pluralidade que envolve esse fazer cultural no Estado”, explicou a presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo.

Além da dimensão afetiva, ela destaca que a produção dessas farinhas é base do sustento de muitas famílias e comunidades. Sem contar que as casas de farinhas e os moinhos também funcionam como espaço de encontro e de sociabilidade das pessoas que se reúnem em torno do ofício e reproduzem suas tradições.

Ainda de acordo com o Iepha-MG, nesse processo, o inventário é um importante instrumento de proteção, que auxilia tanto na identificação quanto na gestão desses bens culturais. O levantamento e o diagnóstico realizados a partir do mapeamento permitem uma aproximação com as comunidades e a definição de quais rumos a proteção deve seguir. Com isso, será possível estabelecer uma política pública sólida e democraticamente construída.

Cadastro – Embora existam contratempos por causa do isolamento imposto pela pandemia de Covid-19, os dados estão sendo coletados por meio de formulários disponíveis no site do Iepha-MG. Informações como tempo de existência, valor de venda, organização do trabalho, associativismo, entre outras, são enviadas on-line pelos produtores, que também inserem fotos dos processos produtivos.

“A abertura do cadastro das farinhas em Minas Gerais constitui um passo fundamental para a proteção dessa manifestação cultural, buscando, inclusive, fortalecê-la diante da disputa de mercado no setor”, acrescentou o diretor de Proteção e Memória do Iepha-MG, Fernando Pimenta. (Com informações da Agência Minas)

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