Com investimentos em torno de R$ 7,2 milhões, está sendo desenvolvido em 100 municípios de Minas Gerais um projeto-piloto que beneficia 2 mil famílias de produtores rurais.
O convênio, firmado entre a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), tem o objetivo de levar assistência técnica às famílias e criar unidades de referência nos municípios, para que sejam feitos treinamentos e capacitação de produtores após a conclusão do projeto.
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Segundo o coordenador estadual em Metodologia de Extensão Rural da Emater-MG e gestor do projeto-piloto Anater e Emater-MG, Ademar Pires, o convênio entre as entidades foi assinado em 2017 e as ações iniciadas em 2018. A conclusão do projeto está prevista para este ano.
O programa leva a 2 mil famílias de agricultores familiares a assistência técnica e extensão rural com o intuito de desenvolver e estruturar as unidades produtivas. As ações são implementadas com os recursos provenientes da Anater, R$ 6,1 milhões, e da Emater-MG, R$ 1,1 milhão.
Ao longo de três anos, as famílias recebem, em média, seis assistências técnicas e participam de três cursos por município. Além disso, há eventos coletivos, como palestras, dias de campo, excursões, cursos e reuniões.
A unidade produtora que participa do projeto passa por avaliações no início, no meio e no final do programa. São feitos diagnósticos e elaborados planos de trabalho para cada família, chamada projeto produtivo. As ações de trabalho estão agrupadas em sete atividades: horticultura, agroindústria, bovinocultura de corte e de leite, pequenos animais, culturas (feijão, milho, mandioca), fruticultura e olericultura.
“O diagnóstico avalia quatro indicadores: social, econômico, ambiental e de inovação. Nas unidades onde estamos atuando, o retorno tem sido positivo. O grande diferencial do projeto é a assistência e o atendimento continuado à família. São trabalhados objetivos e estipuladas metas, e isso favorece a visualização de resultados pela família atendida”, explicou Pires.
Unidades de Referência – Um avanço que ocorreu no projeto é a agregação de parceiros, como as entidades de pesquisas e de ensino que estão em torno dos municípios atendidos. O trabalho em conjunto vem sendo desenvolvido nas Unidades de Referência (UR), que foram criadas em cada município beneficiado, sendo uma em cada cidade. A expectativa é de que esse espaço sirva de referência para pelo menos 20 produtores de cada município.
“O objetivo é desenvolver um trabalho em conjunto entre o produtor, a extensão rural e a pesquisa e o ensino, para identificar a melhor atuação na propriedade, para que ela sirva de referência para outros agricultores na comunidade, no município e no Estado. Isto é um embrião para que possamos criar uma rede de unidades referências em Minas Gerais a partir destas selecionadas pelo projeto”, destacou.
Ainda segundo Pires, mesmo concluindo o projeto este ano, estima-se que a criação de novas unidades de referência continue, unindo produtores, academia e extensão.
“Nestas unidades de referência, a ideia é que se use para visitas técnicas, dias de campos e excursões, fazendo com que os agricultores amadureçam na atividade e busquem o aprimoramento da atividade agrícola e pecuária”, disse.
Dentre os resultados alcançados com a assistência contínua estão a melhoria na gestão, o melhor uso dos recursos, a agregação de valor, ganhos em produtividade e aumento da renda.