O setor produtivo de flores e plantas, após amargar diversas perdas, encerra 2021 com resultados positivos e espera um próximo ano ainda mais favorável para o desenvolvimento da produção. Em 2021, com o avanço da vacinação contra a Covid-19, houve maior controle da pandemia, permitindo a reabertura do comércio e a realização de eventos e festas. Somada à demanda das pessoas que passam a adquirir as flores para enfeitar os lares, a comercialização do setor cresceu, em média, 15% no País e também em Minas Gerais, que tem diversos polos e produção diversificada. Para 2022, a expansão esperada é de 12%.
De acordo com o diretor do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Renato Opitz, a pandemia da Covid-19 afetou muito o mercado de plantas e flores ornamentais nos primeiros meses em 2020. Com muitas incertezas, fechamento das floriculturas e suspensão dos eventos, as vendas despencaram. Porém, com as pessoas ficando mais tempo em casa, muitas optaram e descobriram nas flores opções para decoração e distração, ajudando a impulsionar as vendas.
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As flores também ganharam mais espaços nos supermercados e, com maior qualidade e beleza, tornaram-se um produto atrativo para o consumidor. Os serviços de compra on-line também avançaram, sendo mais um canal para os clientes.
“Quando começou a pandemia, em março de 2020, nos dois primeiros meses ficamos sem venda nenhuma. Isso porque as pessoas estavam receosas quanto ao que poderia acontecer, preocupadas e evitando gastos. Além disso, as floriculturas foram fechadas. Passando este período, a situação foi mudando e a demanda por flores de vasos e de paisagismos cresceu bastante. Em 2021, o mercado continuou aquecido”, avalia Opitz.
O setor em Minas Gerais também promete fechar este ano com crescimento em torno de 15%. O Estado, segundo Opitz, acompanha o desempenho nacional, já que tem vários polos voltados para a produção de flores e uma variedade grande de espécies.
“Minas acompanha o resultado nacional. O Estado é um importante produtor de plantas e flores e vem crescendo cada vez mais. Nos últimos anos, foram estruturados vários polos devido à localização e ao clima favorável para produção de flores. Inclusive, temos muitos produtores que migraram de Holambra para Minas em busca de um clima melhor para a produção”, conta.
Recuperação parcial
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Opitz explica ainda que nem todos os segmentos do setor de flores conseguiram recuperar as perdas e retomar o crescimento, como é o caso do setor voltado para a decoração de eventos e festas. Porém, desde setembro, com a permissão para a retomada dos eventos e festas, a demanda vem crescendo e o setor tende a reagir.
“As flores de corte e voltadas para a decoração de casamentos, festas e eventos sofreram mais e o mercado começou a reagir apenas em setembro deste ano. Então, foi quase um ano e meio muito ruim. Agora, com o início da retomada, o setor está se organizando e voltando a produzir. Como a demanda caiu muito, produtores suspenderam os plantios ou migraram para outros segmentos da produção de flores ou até mesmo de hortaliças”.
“A demanda vinda do setor de decoração está crescendo e o setor precisará de tempo para recompor a produção e atender ao mercado. Esperamos que 2022 seja um ano melhor, com a realização de festas e eventos que ficaram represados durante a pandemia”, explica Opitz.
Futuro
No geral, para 2022, as estimativas são positivas. A tendência é de que os segmentos produtivos de plantas e flores continuem crescendo. A estimativa inicial é de uma alta de 12% sobre 2021. Porém, a concretização dos resultados dependerá da evolução da economia nacional.
“O crescimento do setor vai depender da retomada da economia. 2022 será um ano de eleições, o que traz incertezas e requer cautela. Mas as expectativas são boas. Uma grande parcela da população que não consumia flores passou a gostar e a comprar com frequência. O aumento dos auto serviços, as vendas nos supermercados, a diversidade de flores mais bonitas ajudaram a alavancar o mercado, e deve continuar assim em 2022”, diz.