Vazios sanitários do feijão e do algodão têm início em Minas Gerais
22 de setembro de 2020 às 0h08
Os vazios sanitários do feijão e do algodão nas lavouras já estão valendo em Minas Gerais. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), é o responsável pela ação, que tem objetivo de prevenir a ocorrência das pragas do bicudo do algodoeiro, no algodão, e do mosaico dourado e da mosca branca, no feijão. Durante o período do manejo, os produtores não podem cultivar ou manter plantas vivas e remanescentes de safras anteriores.
O manejo do feijão vai até 20 de outubro. Já o do algodão ocorre no período de 60 dias, encerrando-se em 20 de novembro. Em razão da pandemia, não será possível realizar fiscalizações rotineiras do vazio sanitário. Para suprir essa lacuna, os produtores devem comunicar a situação sanitária de sua propriedade, enviando a declaração de conformidade ao órgão. O documento está disponível entre 25 de setembro e 25 de outubro em www.ima.mg.gov.br.
No ano passado, os produtores cumpriram com sucesso o vazio sanitário. O IMA realizou 128 fiscalizações, sendo 69 em propriedades de feijão e 59 em propriedades de algodão. Para 2020, mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, a expectativa também é positiva com a fiscalização remota.
Gerente de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, o engenheiro agrônomo Nataniel Nogueira explica que, inicialmente, será realizado um chamamento aos produtores para que eles providenciem o envio da declaração de conformidade contendo todas as informações necessárias para a realização remota do monitoramento. A iniciativa é semelhante à bem-sucedida campanha do manejo da soja, ocorrida entre julho e setembro deste ano.
“Entretanto, as fiscalizações presenciais podem ocorrer para atender a demandas de denúncias, bem como se houver autorização de retorno do trabalho presencial pelo Governo de Minas”, afirma o engenheiro. Nogueira explica que as informações prestadas pelos produtores contêm dados relevantes para o IMA conhecer a área plantada e a localização das lavouras no Estado, além de contribuir para a manutenção do status fitossanitário de Minas.
Produtividade – O cumprimento dos vazios sanitários do feijão e do algodão tem contribuído para reduzir o número de ocorrências das pragas e aumentar a produtividade do campo. “O vazio sanitário é importante tanto para a produção quanto para a produtividade, porque as plantas sofrem menos com o ataque das pragas. Com isso, as lavouras ficam mais sadias e produtivas”, analisa.
Nataniel Nogueira informa que o número de infrações tem reduzido, o que mostra a conscientização dos produtores. “A cada ano percebemos a diminuição na emissão de autos de infração. Esse é um indicador de que os produtores rurais estão cumprindo os vazios sanitários, estão mais conscientes e preocupados com a proteção de suas lavouras e de seus vizinhos”, constata.
O IMA pode autorizar a semeadura e a manutenção de plantas vivas de algodão, quando solicitado pelo produtor rural por meio de requerimento e mediante assinatura de Termo de Compromisso e Responsabilidade, em caso de plantio destinado à pesquisa científica ou plantio destinado à produção de semente genética.
Inconformidades – Caso sejam detectadas inconformidades durante as fiscalizações realizadas pelo IMA, o produtor é notificado e tem um prazo máximo de dez dias para erradicar as plantas presentes na propriedade. A lavratura de auto de infração ocorre somente se, após esse prazo concedido, o produtor não tiver feito a erradicação das plantas de algodão e feijão que nascem espontaneamente e que devem ser eliminadas para não servirem de hospedeiras para as pragas. (Agência Minas)