Mais do que alavancar os negócios de indústrias que desejarem se instalar no Aeroporto Internacional, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o entreposto aduaneiro recém-habilitado no terminal promete impulsionar também projetos de internacionalização de empresas mineiras.
O primeiro aeroporto-indústria do País conta com área de 1 milhão de metros quadrados para abrigar operações e deverá atrair investimentos privados da ordem de R$ 1 bilhão nos próximos anos.
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“Não conseguimos dizer se a ocupação da área alfandegada levará seis meses ou cinco anos, pois vai ocorrer de acordo com a demanda. Mas sabemos que se trata de uma grande oportunidade de investimento, que oferece diferentes frentes para os negócios de Minas Gerais. Já há, inclusive, empresas enxergando a oportunidade como estratégia para ganhar competitividade no processo de internacionalização”, revelou Marcos
Brandão, diretor-presidente da BH Airport – concessionária que administra o terminal.
Durante o webinar “Aeroporto Internacional de Belo Horizonte: um novo conceito de soluções logísticas integradas”, realizado em parceria com o Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais (Ciemg) e o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), o executivo e outros membros do projeto apresentaram as potencialidades do novo braço logístico do terminal a representantes da indústria e ao governo do Estado.
Segundo ele, o projeto está dividido, inicialmente, em duas fases. A primeira está sendo implantada em uma área de 55 mil metros quadrados, dos quais 8 mil metros quadrados serão destinados à instalação das operações e o restante englobará áreas comuns como vestiários, business center, refeitório, etc. A segunda, somará área de 120 mil metros quadrados e será desenhada e contemplada de acordo com a demanda.
“Dentro de, no máximo três semanas, teremos a inauguração oficial da primeira operação da fase 1. Em julho, quando a empresa estiver efetivamente funcionando, teremos a entrada de outras”, disse sem, no entanto, revelar quaisquer outros detalhes.
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Sobre o volume e os tipos de investimentos que o entreposto poderá atrair, Brandão voltou a dizer que dependerá de cada negócio, uma vez que se trata de operações customizadas. “Podemos chegar a R$ 1 bilhão. Em termos de empregos, o projeto poderá gerar de 3 a 4 mil diretos. É uma grande oportunidade para a região”, completou.
Fortalecimento de cadeias – Neste sentido, o gestor executivo de Soluções Logísticas da BH Airport, Rafael Laranjeira, destacou que o projeto visa a fortalecer diferentes cadeias em toda a região, atraindo aportes não apenas para a área alfandegada, mas também para as cidades do entorno do terminal.
“Uma empresa se instala no aeroporto-indústria e o fornecedor vem atrás, além da parte acadêmica para pesquisas e o setor de certificação de qualidade. Todo um ecossistema será fomentado em função do desenvolvimento do vetor”, ressaltou.
O sistema de gestão do processo alfandegário da BH Airport foi homologado pela Receita Federal no início de abril. Na prática, isso significa o início da conexão das empresas que forem atuar no aeroporto com o órgão, gerando ganhos em logística e segurança.
Com isso, as mercadorias admitidas neste regime poderão ser submetidas às operações de exposição, demonstração e teste de funcionamento; industrialização e manutenção ou reparo, com suspensão do pagamento dos impostos incidentes na importação e na exportação, bem como suspensão de impostos ou utilização de benefícios fiscais.
No fim do ano passado, enquanto aguardava a homologação por parte da Receita, a concessionária negociava com pelo menos 15 empresas interessadas a se instalar no local.
“Diante da situação de retração na economia e do volume de mercadorias que o Brasil tem importado da China, trata-se de uma oportunidade de nos tornarmos ainda mais competitivos e trazermos empresas para produzir em terras mineiras”, finalizou o diretor-presidente.