ALMG pode ajudar UFMG a fazer vacina contra Covid

15 de abril de 2021 às 0h26

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Patrus apresentará emenda ao PL do acordo entre Estado e Vale | Crédito: Luiz Santana - ALMG

Enquanto não há sinais sobre liberação de recursos por parte do governo federal para a continuidade dos testes da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cientistas e docentes têm se mobilizado para viabilizar o imunizante.

Uma possível luz no fim do túnel para a obtenção de pelo menos parte dos recursos necessários surgiu ontem, em reunião especial do Plenário na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) com a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, sobre o andamento da vacina.

O presidente da casa, deputado estadual Agostinho Patrus (PV), afirmou que apresentará emenda ao projeto de lei (PL) que trata da destinação de recursos da mineradora Vale ao governo do Estado, para direcionar R$ 30 milhões às fases 1 e 2 da vacina da UFMG.

O PL 2.508/21, do governador Romeu Zema, autoriza o uso de recursos oriundos de acordo judicial de R$ 37,6 bilhões firmado com a Vale para a reparação de danos causados pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que matou 272 pessoas em janeiro de 2019. “A busca da vacina é nossa solução para reduzir o sofrimento das pessoas, garantir o retorno seguro das atividades econômicas, diminuir a fome, que voltou a assolar nosso País, e assegurar a vida. A Vale foi responsável pela maior tragédia-crime da nossa história e, agora, precisa trazer aos mineiros a possibilidade de continuidade da vida”, argumentou o deputado.

Na reunião, Sandra Goulart Almeida informou que a vacina utiliza plataforma tradicional, o que garante baixo custo e desenvolvimento mais simples e rápido. O produto é do tipo quimera proteica, que cria anticorpos e as células T de proteção. Nas primeiras etapas do estudo, a vacina propiciou 100% de proteção a camundongos.

Anteontem, foram iniciados testes em primatas. Segundo a reitora da UFMG, a vacina é uma das três em estágio mais avançado de testes no Brasil e poderia começar ser produzida em 2022 em uma parceria junto à Fundação Ezequiel Dias (Funed).

“O esforço pelo desenvolvimento de vacinas com tecnologia 100% nacional é uma necessidade de caráter epidemiológico e social, mas também terá importante impacto econômico, na medida em que diminuirá nossa dependência de imunizantes e insumos do exterior”, afirmou a reitora.

A reitora da UFMG enfatizou a relevância dos recursos para a continuidade dos estudos. Ela disse que a UFMG vai sofrer, neste ano, corte de R$ 40 milhões no seu custeio, o que corresponde a 18,9% do seu orçamento, o que inviabilizaria o projeto.

O custo de todas as fases da pesquisa desta vacina da UFMG está em torno de R$ 300 milhões, segundo informou ao DIÁRIO DO COMÉRCIO um dos pesquisadores. O recurso foi pleiteado junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Procurado insistentemente pela reportagem, que buscou por mais de três semanas informações sobre a liberação de recursos para a vacina da UFMG, o ministério não respondeu aos sucessivos questionamentos.

Governo do Estado

Sobre a emenda do presidente da ALMG, o governo do Estado informou que “a Assembleia Legislativa tem autonomia para deliberar sobre os projetos em tramitação na Casa, dentro de um arcabouço legal e do respeito e diálogo presentes no relacionamento entre o Executivo e os demais poderes, na confiança de que sempre haverá o objetivo de aperfeiçoar as propostas enviadas.”

O governo de Minas informou ainda que será um dos parceiros do projeto da vacina da UFMG, “visto que após a fase de testes, a produção industrial deverá ser realizada pela Fundação Ezequiel Dias (Funed)”. Na mesma nota, o Estado pediu celeridade de aprovação do PL 2.508/21, entregue à ALMG há 49 dias.

JBS lançará couro anti-Covid-19

São Paulo – A unidade de negócios de couros da JBS lançará um produto com nanotecnologia capaz de tornar inativa a ação do coronavírus causador da Covid-19, antecipou a companhia à Reuters ontem.

Por motivos estratégicos, a JBS Couros disse que não divulgará detalhes comerciais, como a data em que o produto estará disponível para venda e o valor investido.

O lançamento do produto com a chamada tecnologia V-Block será feito tanto nacionalmente quanto no exterior, ressaltou a empresa, que é a maior indústria de processamento de couros do mundo.

O Brasil é o país com o segundo maior número de óbitos por Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, mas atualmente lidera na média diária de novas mortes, sendo responsável por uma em cada quatro vítimas fatais da doença no mundo por dia, segundo levantamento da Reuters.

Quanto ao número de casos confirmados, o Brasil ocupa o terceiro lugar global, atrás da Índia e dos EUA.

Neste contexto, a JBS disse que o novo couro passou por testes conduzidos no laboratório de biossegurança de nível 3 (NB3), do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), e mostrou 99% de inativação do coronavírus em 30 minutos a partir do contato com partículas virais.

“O couro recebe um aditivo de micropartículas de prata em seu revestimento, que possui ação antiviral e é indicado para superfícies que podem estar em constante exposição ao vírus, como móveis, assentos e volantes de veículos”, afirmou a companhia.

Itens manipulados com frequência, como roupas, bolsas e carteiras, também podem ser fabricados a partir do couro com a nanotecnologia.

“A aplicação da tecnologia agrega ainda mais valor ao nosso produto, ao auxiliar na preservação e resistência do material”, disse em nota o presidente da JBS Couros, Guilherme Motta.

Segundo a empresa, os testes foram feitas de acordo com a norma internacional ISO 21702, que estabelece os métodos mais adequados para detectar atividade antiviral em plásticos e superfícies não porosas.

A criação de tecidos e materiais para revestimento que minimizem a propagação da Covid-19 já é uma realidade no Brasil, por parte de outras iniciativas.

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), por exemplo, mantém um projeto em parceria com a Estado de São Paulo que colocou em circulação, no fim do ano passado uma pequena frota de ônibus “antivirais”. (Reuters)

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