Balança comercial em outubro tem o pior resultado desde 2014

2 de novembro de 2019 às 0h04

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No acumulado de janeiro a outubro, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 58 bilhões Crédito: Paulo Whitaker/Reuters

Brasília – A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,206 bilhão em outubro, dado mais fraco para o período desde 2014 (-US$ 1,188 bilhão), impactado por queda acentuada nas exportações.

O resultado, divulgado nesta sexta-feira (1º) pelo Ministério da Economia, veio em linha com expectativa de um saldo positivo de US$ 1,25 bilhão, conforme pesquisa Reuters com analistas.

Em outubro, as exportações caíram 20,4% sobre igual mês do ano passado, pela média diária, a US$ 18,231 bilhões.

Houve retração generalizada em todos os setores, com queda de 26,5% em manufaturados, 20,6% em semimanufaturados e 15,3% em básicos.

Em apresentação, o Ministério da Economia apontou que, numa análise produto a produto, as exportações em outubro foram afetadas principalmente pelas queda nas vendas de petróleo em bruto (-US$1,6 bilhão), em meio à diminuição das cotações internacionais e do baixo crescimento da produção doméstica.

Outros destaques negativos ficaram com o aço manufaturado (-US$ 499 milhões), em meio à menor demanda dos Estados Unidos e cotações também mais baixas, e diminuição das exportações de soja em grão (-US$ 294 milhões), por menor apetite chinês pela commodity.

Já na ponta das importações, houve ligeiro aumento de 1,1% em outubro sobre um ano antes, a US$ 17,025 bilhões.

De um lado, houve acréscimo em bens intermediários (9,3%) e bens de capital (7,5%). Em contrapartida, caíram as compras de combustíveis e lubrificantes (-29,2%) e bens de consumo (-8,9%).

No acumulado dos dez primeiros meses do ano, a balança comercial ficou positiva em 34,823 bilhões, recuo de 27,4% sobre igual etapa de 2018.

De acordo com Herlon Brandão, subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, o avanço nas negociações de fases do acordo da disputa comercial travada entre Estados Unidos e China há mais de um ano é benéfico para o Brasil.

“Isso ajuda a economia como um todo. Isso é positivo. Aumentando a demanda agregada chinesa, se ela aumentar a exportação pros EUA, ela vai demandar mais produtos brasileiros. A mesma coisa do lado dos Estados Unidos. Mais comércio é mais demanda, é mais atividade econômica, que faz com que exportações brasileiras para esse mercado se beneficiem”, afirmou.

Argentina – Questionado sobre o impacto da fraca atividade econômica argentina nas perspectivas comerciais domésticas, Brandão informou que “tende a pesar menos”. “O comércio (Brasil-Argentina) já está em um nível baixo. A importância relativa vem diminuindo, já diminuiu desde o ano passado”, salientando as estimativas de que o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) argentino venha a ser reduzido nos próximos anos.

A Argentina absorveu 4,4% das exportações brasileiras nos primeiros dez meses deste ano, uma queda em relação ao mesmo período do ano passado, quando essa participação foi de 6,7%.

No mês passado, o Ministério da Economia cortou sua previsão para o superávit comercial do Brasil neste ano a US$ 41,8 bilhões, sobre US$ 56,7 bilhões antes, em meio ao cenário de desaceleração do crescimento econômico no mundo e queda nas exportações para a Argentina diante da crise econômica no país vizinho. (Reuters)

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