BP vai investir em projetos solares no Brasil

29 de novembro de 2018 às 0h01

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Foto: Pxhere

São Paulo – A Lightsource BP, braço do Grupo BP no setor de energia solar anunciou projeto de expansão no mercado brasileiro. Segundo comunicado, a empresa focará o desenvolvimento de projetos solares, bem como soluções para armazenamento de energia para os setores doméstico, comercial e industrial. O novo passo foi anunciado ontem, em São Paulo, durante visita do economista-chefe do Grupo BP, Spencer Dale.

O Grupo BP já atua no Brasil na cadeia de petróleo e biocombustíveis. Dale, que esteve no Brasil para falar sobre as perspectivas para o setor energético no mundo, disse que a empresa ainda estuda seus próximos passos com a empreitada e adiantou forte espaço para crescer no País. “Estamos empolgados em anunciar que vamos ter essa operação no Brasil”, disse.

Dale foi questionado sobre o objetivo do grupo no País, se será a entrada em grandes projetos solares, ou nos de menor porte, no ramo de geração distribuída. “Eu acho que tudo isso está para ser definido. A Lightsource se envolveu em diferentes projetos no mundo. Eu acho que uma vez que eles conheçam bem suas relações aqui, eles podem saber quais projetos serão adequados”, disse.

O executivo acrescentou que a operação da Lightsource BP deve estar totalmente operacional ainda em 2018, com escritório e equipe. Ele, entretanto, não adiantou nenhum projeto já no radar “Uma das grandes características da BP é que gostamos de andar muito rápido. Espero que se eu voltar aqui no próximo ano todo mundo já conheça a nossa empresa”, disse.

A entrada no mercado, segundo Lightsource BP, vai permitir que os consumidores acessem suas próprias fontes de energia renovável a um valor reduzido e previsível. A empresa também vai desenvolver projetos solares para pequenas e médias empresas e consumidores locais.

Com matriz elétrica com forte presença de hidrelétricas, o Brasil virou oportunidade de crescimento para o grupo, uma vez que é o maior consumidor de energia da América Latina e tem buscado diversificar suas fontes de eletricidade, disse a companhia.

O CEO do grupo Lightsource BP, Nick Boyle, afirmou, em nota, que os projetos em energia solar são flexíveis e relativamente fáceis de implementar, o que os torna ideais para aumento da capacidade de geração. O executivo apontou também que vê grande oportunidade de crescimento no Brasil. “Acreditamos que a legislação que apoia a energia renovável certamente terá um papel importante. Queremos ser parte do desenvolvimento da energia solar no Brasil, trabalhando com empresas parceiras visando uma eletricidade acessível e confiável”.

Já o Head of Country da BP no Brasil, Mario Lindenhayn, disse que o grupo projeta aumento de consumo de energia no País de 60% até 2040. “Nesse contexto, a participação de energias renováveis deve crescer até 47% graças a um importante aumento em energia solar, eólica, hidrelétrica e a duplicação do uso de biocombustíveis. A BP já tem uma forte presença aqui no Brasil e estamos contentes em poder acrescentar a energia solar ao nosso portfólio no País através da Lightsource BP.”
O economista-chefe do Grupo BP disse que a turbulência na economia brasileira que levou à forte queda do Produto Interno Bruto (PIB) em anos anteriores parece ser uma “página que está sendo virada”. “Na medida em que olhamos para o futuro, esse caminho é promissor”, afirmou.

Dale disse não ser um especialista sobre Brasil, mas afirmou que a reação do mercado financeiro internacional foi bastante positiva após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência.

Questionado sobre eventuais riscos à diversificação da matriz energética do País diante do novo governo, Dale disse que o Brasil é um exemplo para o mundo, com mais de 40% do consumo de energia vindo de fontes não fósseis. “Vocês deveriam ficar orgulhosos pela maneira como estão lidando com isso. O Brasil tem de continuar a atingir seu potencial e para isso reformas precisam ser feitas. Eu acho que os mercados internacionais vão focar isso, em ver se o Brasil vai continuar nesse caminho e continuar com essas reformas”, disse, sem destacar uma pauta específica.

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