A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foi uma das concessionárias que contratou energia no leilão realizado na sexta-feira (27) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Trata-se de uma negociação com investidores do setor elétrico celebrada em conjunto com a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) e a Light, que atua no Rio de Janeiro, para suprir a demanda identificada pelas distribuidoras no mercado regulado.
De acordo com os dados da CCEE, as 29 usinas contratadas pelas empresas serão responsáveis por uma movimentação de R$ 7 bilhões em investimentos e terão potência de 947 megawatts (MW), sendo construídas em diversos estados. As unidades geradoras serão todas renováveis, sendo as fontes provenientes de recursos hídricos, eólicos, solares e de biomassa. Os termos pactuados dão conta de que a energia será fornecida às distribuidoras a partir de 2026 e com prazos entre 15 e 20 anos.
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Serão 18 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) localizadas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins; quatro parques eólicos construídos na Bahia e na Paraíba; cinco usinas solares em Pernambuco; e duas usinas térmicas (biomassa) no Mato Grosso e em São Paulo. A energia gerada a partir de 2026 será integrado ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Somente a Cemig contratou 15.056.375 MWh, energia suficiente para atender 530 mil famílias por ano. A companhia afirmou que o valor representa o volume total de energia que será entregue pelas geradoras ao longo de toda a duração do contrato. Ainda de acordo com a estatal, a área de planejamento identificou que a contratação era necessária para atender ao crescimento do mercado, além de recompor contratos de usinas termelétricas assinados no passado e que findarão em 2026.
Conforme explicou a companhia mineira, não houve investimentos diretos em unidades geradoras. “A Cemig assumiu um compromisso de compra da energia dessas usinas para garantir o suprimento energético de seus clientes. A grande maioria das usinas que se sagraram vencedoras do certame ainda será construída”, afirmou a elétrica em nota. A empresa ressaltou, ainda, que as três distribuidoras compraram uma parcela de energia de cada uma das usinas participantes.
Usina em Minas
Entre os 29 empreendimentos, a Central Geradora Hidrelétrica (CGH) Juá Energia está localizada em Minas Gerais, foi uma das 29 usinas contratadas no 36º Leilão de Energia Nova A-4. Conforme detalhou a CCEE, o projeto terá a potência instalada de 3 megawatts (MW). O contrato celebrado determina que os 2 MW médios de energia negociados pelo empreendimento serão comercializados por R$ 96,4 milhões ao longo de 20 anos. O investimento previsto nas obras da usina é da ordem de R$ 22,2 milhões.
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Após a realização do leilão, o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Rui Altieri, afirmou que o objetivo das distribuidoras de garantir a energia necessária foi alcançado e apresentou deságio. Isso porque o preço médio praticado nos contratos foi, aproximadamente, 9,36% menor do que o valor definido no teto. A entidade afirmou que, com base em cálculos da Aneel, o deságio será responsável por uma economia de cerca de R$ 1 bilhão e evitará o aumento tarifário de 0,5 pontos percentuais para os consumidores.