Contratação de temporários cresce 65%

3 de junho de 2021 às 0h25

img
Vacinação e continuidade no crescimento do PIB podem resultar na efetivação de temporários | Crédito: Arquivo/ABr

A contratação de trabalhadores temporários cresceu 65% no 1º quadrimestre deste ano, na comparação com igual intervalo de 2020. O dado foi divulgado pela Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem). Segundo a entidade, foram 1.068.820 contratações em plena pandemia. Um número bem significativo, se comparado ao mesmo período do ano passado, no auge da Covid-19, quando o número de contratações temporárias foi de 779.780.

O aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,2% no primeiro trimestre de 2021, frente ao crescimento de produção na indústria, foi um dos fatores que impulsionou para o número de contratações, como explica o diretor da Associação Brasileira do Trabalho Temporário em Minas Gerais (Assertem-MG), Glaucus Botinha.

“Vários fatores foram importantes para o aumento do trabalho temporário, como o sentimento de incerteza devido à pandemia, as empresas e as indústrias vendo uma recuperação pequena na economia, a redução dos encargos trabalhistas, tudo isso favorece para que essa demanda seja mais procurada”, explica.

O segundo ponto, de acordo com Glaucus Botinha, é a melhora do PIB. “O mercado da indústria está superando as incertezas da pandemia e segue em boa produção. Mais um sinal de que a economia do Brasil segue em passo interessante. E, finalmente, a atividade de commodities reflete na economia em toda a sua cadeia na contratação no primeiro quadrimestre”, salienta.

 Ainda de acordo com o diretor da associação, além da indústria, que foi o carro-chefe das contratações, “os setores de serviços, principalmente os ligados a saúde, tecnologia, estão crescendo no Brasil, mesmo na pandemia, apesar do comércio ser um dos setores bastante afetados nesse processo da Covid-19”, analisa.

Em Minas Gerais, as contratações temporárias foram impulsionadas pela exportação de minério, automobilístico, siderúrgico e, principalmente, o setor de agronegócio. “São indústrias que tiveram aumentos expressivos na produção e também em contratações temporárias, que preferiram flexibilizar o esquema de profissionais para que a produção não fosse comprometida durante a pandemia. Minas é o termômetro para outras capitais no setor industrial, nas contratações e no estímulo ao crescimento de produção”, salienta.

Expectativas – A expectativa, de acordo com Glaucus Botinha, é que para o fim do ano, grande parte desses temporários se torne efetivada através da expansão da vacina no País. “Se, de fato, conseguirmos acelerar a vacinação, tanto a indústria quanto os demais setores, vão retornar a confiabilidade e, com isso, a economia também fica com saldo positivo e até o temporário tem mais chance de se tornar efetivado”, reforça.

Emprego – Conforme dados do Conselho Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Evolução do Número de Empregados ficou em 50 pontos em abril, o que mostra estabilidade do emprego na passagem de março para abril de 2021. É o segundo mês consecutivo que o índice se mantém próximo da linha de 50 pontos e o décimo mês consecutivo que o índice não mostra queda no emprego industrial.

Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a indústria vem mostrando uma constante recuperação durante a pandemia. “Observamos que apesar da incerteza econômica, os empresários, em um primeiro momento, tiveram uma redução no ritmo de produção, nos meses de janeiro e fevereiro. Agora, vemos uma retomada dessa produção e uma queda nas demissões”, explica.

Marcelo Azevedo também reforça que a confiabilidade no mercado industrial está ligada ao avanço da vacinação no País. “É claro que a elevação no PIB, a economia crescendo aos poucos, a indústria retomando a confiança, o índice de empregabilidade cresce, mas tudo isso é um conjunto de fatores que deve estimular o empresário”, salienta.

O assistente de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Walter Horta, divide o mesmo pensamento. Para ele, a alta nas exportações de commodities estimulam as contratações temporárias no País e em Minas. “A exportação aumentou muito, principalmente, do minério ferro em Minas. Isso favorece muito a questão dos temporários neste momento de pandemia”, reforça.

Walter Horta avalia que outro setor que favorece muito neste cenário é o frigorífico, que aumentou significativamente o número de exportação durante este período de pandemia. “A contratação temporária foi muito favorável neste momento de incerteza, neste tempo de pandemia na indústria frigorífica, a questão é cobrir os empregados afastados pela doença e ainda cobrir a demanda”, explica.

Tags:
Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail