Demanda de gás natural sobe 28,02% no Estado

6 de agosto de 2021 às 0h27

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Aumento da procura por produto é reflexo do avanço da vacinação contra a Covid-19 e a consequente retomada da economia | Crédito: Divulgação

O avanço da vacinação contra a Covid-19, o que tem provocado queda nos índices de internação e mortes, tem permitido a maior retomada das atividades econômicas em Minas Gerais. O aumento dos índices de produção e funcionamento da indústria e do comércio está alavancando o consumo de gás natural no Estado.

Ao longo dos primeiros sete meses de 2021, a demanda por gás cresceu 28,02% frente ao mesmo período do ano anterior, totalizando um consumo de 562,4 milhões de metros cúbicos.

De acordo com o presidente da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), Pedro Magalhães, o desempenho é positivo e o consumo mensal já está superior ao registrado no início de 2020, antes da pandemia.

“O consumo de gás natural no Estado vem crescendo desde o final do ano passado e já supera os valores registrados antes da pandemia. Este resultado mostra a reação da indústria mineira, com destaque para os setores de siderurgia e metalurgia. Também foram registradas altas no consumo da indústria automobilística e de refrigerante e bebidas. A indústria está reagindo muito bem”, explicou.

Ainda segundo Magalhães, o consumo de gás também tem apresentado expansão constante no mercado veicular. “Mantivemos o crescimento no mercado veicular. Há quatro anos, os veículos movidos a gás representavam 1% do mercado e hoje já são 4%. O que é muito positivo”.

De acordo com os dados da Gasmig, desde o início do ano vem sendo registrado maior consumo de gás se comparado com o volume mensal consumido em 2020. Em julho, o consumo no Estado alcançou 82,9 milhões de metros cúbicos, volume que cresceu 32,89% sobre julho de 2020, mês em que as medidas para controle da Covid-19 eram mais severas que as atuais.

Na comparação com junho de 2021, quando o consumo ficou em 78,9 milhões de metros cúbicos, a alta em julho chegou a 5%. No acumulado de janeiro a julho, foram consumidos 562,4 milhões de metros cúbicos, variação positiva de 28,02% frente aos primeiros sete meses de 2020.

Levando em conta que a partir de abril de 2020 o consumo de gás natural começou a ser afetado pelos efeitos negativos da pandemia, comparando a demanda de julho atual, 82,9 milhões de metros cúbicos, com os meses logo antes da pandemia, o consumo está maior. Em janeiro, fevereiro e março de 2020, a demanda, em Minas Gerais, girava em torno de 70,6 milhões de metros cúbicos ao mês.

Futuro

A tendência é de demanda aquecida ao longo do segundo semestre. O avanço da vacinação contra a Covid-19 tem permitido a volta de diversas atividades, o que deve alavancar o consumo no segundo semestre. Setores do comércio, serviços e turismo são alguns que devem demandar mais gás. 

Em relação à indústria mineira, a tendência também é de aumento do consumo, mantendo os destaques para a maior demanda que deve vir dos setores de siderurgia e mineração. 

“As expectativas são positivas para o restante do ano, com tendência de consumo em alta, puxado, principalmente, pela mineração e siderurgia. Além disso, esperamos maior normalidade das atividades do setor comercial, que está reagindo bem. A ampliação do processo de vacinação vai permitir o retorno de setores como restaurantes, por exemplo, que também consomem gás”, explicou.

Investimentos

Em relação aos investimentos, os aportes anuais giram em torno de R$ 80 milhões. 

Entre os vários projetos em fase de licitação ou de estudos de viabilidades técnica e financeira está o gasoduto que ligará Betim a Divinópolis, previsto para 2022. Em estudo de viabilidade técnica e financeira, está o projeto de construção de um gasoduto que vai ligar Poços de Caldas a Guaxupé. Outro projeto é a possibilidade de atender o Sul de Minas interligando Extrema, Bragança Paulista e Pouso Alegre.

“A cidade de Extrema se tornou um polo importante, com demanda alta e com expectativa de crescimento”.

Há ainda a expectativa de construção de gasoduto – caso seja feito o acordo entre a Samarco e o governo de Minas – ligando Belo Oriente a Governador Valadares. “Em média, a Gasmig investe cerca de R$ 80 milhões ao ano. Para este ano, vamos fazer o lançamento do gasoduto do Alphaville e pretendemos começar os projetos da Serra e do Prado, em Belo Horizonte”. 

TCU vê risco a abastecimento com vendas de ativos da Petrobras

Rio de Janeiro – O Tribunal de Contas da União (TCU) verificou haver risco ao pleno abastecimento de todos os mercados regionais de combustíveis, tendo em vista os desinvestimentos da Petrobras, após realizar uma auditoria sobre o tema, conforme nota publicada em seu site.

O órgão federal disse ainda que as vendas de ativos da petroleira estatal colocam em risco desenvolvimento e a reorganização do mercado de refino de petróleo no Brasil.

As conclusões ocorreram após auditoria de natureza operacional para verificar como o governo federal tem atuado para reorganizar o mercado nacional de refino, tendo em vista o plano de venda de ativos da empresa.

Questionado durante uma coletiva de imprensa, o diretor-executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Rodrigo Araujo, afirmou que o movimento do TCU é natural, uma vez que a abertura do mercado demanda uma série de adaptações.

O executivo ponderou que não teve acesso ao relatório do TCU, mas que a petroleira tem conhecimento de que é uma auditoria que não tem relação direta com o processo de desinvestimento da Petrobras.

“Não é um processo de auditoria do nosso processo de desinvestimento”, frisou, destacando que a empresa permanece comprometida com o movimento de abertura do mercado de refino e de gás natural.

“É claro que (a abertura) é um movimento extremamente favorável, mas demanda uma série de adaptações, então acho que é algo natural que a gente passe… por esse movimento de adaptação com o novo mercado, mais competitivo”, afirmou.

A Petrobras planeja vender todas as suas refinarias fora dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, como parte de um amplo planejamento para a abertura do mercado de refino brasileiro, em busca de mais investimentos e competição.

Procurado, o TCU não respondeu imediatamente a pedidos de mais informações sobre a auditoria.

Mais cedo, Araujo destacou não ver movimentos contrários do TCU em relação à venda da refinaria Rlam ao grupo Mubadala, a qual a empresa planeja concluir ainda neste ano ou no início de 2022.

Das demais refinarias à venda, o diretor citou que as mais avançadas eram Reman, Lubnor e SIX.

Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) disse esperar que a análise do TCU leve à revisão das privatizações de refinarias.

Para a entidade, que representa 12 sindicatos de petroleiros, as vendas das unidades de refino vão criar monopólios privados regionais, podendo gerar desabastecimento e alta dos preços dos combustíveis. (Reuters)

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