Economia do Brasil tem maior retração desde 1996 com impacto do coronavírus

3 de março de 2021 às 16h30

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Crédito: Pilar Olivares/Reuters

Com queda de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, depois de um crescimento de 1,4% em 2019, a economia brasileira registrou a maior contração em 24 anos sob o impacto das medidas de contenção à pandemia do coronavírus.

O resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (3) interrompe três anos de crescimento, quando o PIB acumulou alta de 4,6%.

No entanto, foi melhor que a projeção oficial do Ministério da Economia, de uma queda de 4,5% para o ano. Apesar de terminar o ano com pontos positivos, o País enfrenta agora um pano de fundo de incertezas.

Mesmo sob o impacto da pandemia, a economia encolheu menos do que na era Collor. De acordo com o IBGE, antes de 1996 a metodologia para cálculo do PIB era outra, mas dados do Banco Central apontam que em 1990, primeiro ano da Presidência de Fernando Collor de Mello, o PIB contraiu 4,35%.

“No ano de 2020 a economia foi completamente afetada pela pandemia e por suas consequências. O patamar do PIB no quarto trimestre é equivalente ao fim de 2018 e início de 2019. Estamos 1,2% abaixo do ritmo da economia na pré-pandemia”, afirmou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Recuperação

Embora o ritmo de recuperação da economia diante da pandemia tenha mostrado perda de força no final do ano passado, ainda foi melhor do que o esperado.

Os dados do IBGE apontam que, no quarto trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou expansão de 3,2% sobre os três meses anteriores, contra expectativa em pesquisa da Reuters de crescimento de 2,8%, depois de uma expansão recorde de 7,7% no terceiro trimestre.

No primeiro trimestre a economia apresentou retração de 2,1%, despencando 9,2% entre abril e junho, quando as medidas de contenção contra o coronavírus paralisaram a atividade no país.

Depois de atingir o fundo do poço em abril com a quarentena, o ritmo de recuperação passou a ganhar força no final do segundo trimestre. Entretanto, novas medidas em todo o País que voltaram a fechar empresas e o número constantemente alto de casos e mortes pela Covid-19 voltaram a pesar sobre a atividade.

A lenta recuperação da pandemia fica evidente no recuo de 1,1% do PIB no quarto trimestre na comparação com o mesmo período de 2019, contra expectativa de uma queda de 1,6% nessa base de comparação.

Incertezas

Depois de toda a turbulência enfrentada em 2020, este ano começa com incertezas que vão do cenário fiscal à lentidão da vacinação.

A retomada econômica foi impulsionada em grande parte pelo pagamento de benefício a informais vulneráveis, e o governo ainda não tomou uma decisão sobre a renovação do auxílio, embora haja pressão no Congresso para isso.

A renovação do auxílio acende a luz vermelha para as já complicadas contas públicas no País, o que se soma à deterioração do quadro inflacionário e ao desemprego ainda elevado. A expectativa pelas esperadas reformas completam o quadro.

Dados recentes levantam sinais de alerta para o início de 2021, principalmente em relação à confiança. Para este ano, a pesquisa Focus do BC realizada com uma centena de economista aponta expectativa de expansão de 3,29%. (Com informações da Reuters)

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