Endividamento das famílias registra queda em BH

29 de outubro de 2020 às 0h18

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Cartão de crédito mais uma vez foi apontado como a principal modalidade de dívida | Crédito: Philippe Wojazer/Reuters

Pela terceira vez consecutiva, o endividamento das famílias apresentou queda na capital mineira, alcançando 71,6% dos consumidores em setembro. O número representa uma retração de 6,1 pontos percentuais (p.p) na comparação com o mês de agosto (77,7%).

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de Belo Horizonte, elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG), com as informações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e mostram que o resultado é o menor verificado neste ano.

De acordo com o economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, o menor endividamento não implica necessariamente em diminuição do consumo, mas aponta para a substituição do pagamento parcelado pelo à vista.

Esse comportamento, avalia ele, pode ter raízes no auxílio emergencial, medida do governo destinada às pessoas de baixa ou nenhuma renda por causa dos reflexos da pandemia da Covid-19. “É possível que as famílias estejam utilizando-o para fazer compras, para adquirir bens de necessidade”, diz.

No entanto, salienta o economista-chefe da Fecomércio MG, apesar dos recuos que têm sido verificados ao longo dos meses no endividamento das famílias de Belo Horizonte, ele “ainda está alto”, diz.

Além disso, tudo indica que a situação comece a se inverter em breve e que o endividamento, em vez de continuar caindo, passe a subir, conforme explica Almeida.

Esse momento de virada deve ser puxado por ocasiões como a Black Friday e o Natal, que podem contribuir para as pessoas irem às compras usando recursos como cartão de crédito e carnê.

Aliás, quando se trata da principal modalidade de dívida, quem toma a frente é justamente o cartão de crédito (82,1%). Depois dele vêm os carnês (14,6%), o financiamento de carro (10,3%), o crédito pessoal (9,6%), o crédito consignado (8,5%), o cheque especial (8,1%) e o financiamento imobiliário (4,3%).

Outros dados – Os números da Fecomércio MG mostram ainda que a inadimplência também está em queda em Belo Horizonte. Em setembro, chegou a 34,6%, uma redução de 4,8 p.p. em relação a agosto (39,4%). Segundo Almeida, esse cenário também pode ter a contribuição do auxílio emergencial.

Além disso, também diminuiu o percentual de pessoas que dizem não ter condições de quitar as suas dívidas. Em setembro, foram 16%, queda de 2,4 p.p em relação a agosto (18,4%).

Em Belo Horizonte, o endividamento corresponde a 10% da renda familiar para 81,8% das pessoas e 50% para 22,6%. O tempo de comprometimento da renda é, em média, de sete meses.

Segundo Almeida, o fato de um número maior de pessoas estar conseguindo honrar as dívidas guarda relação com a retomada econômica. Com a flexibilização das medidas de isolamento social, diz ele, há uma geração maior de postos de trabalho, contribuindo com a renda das famílias. “É mais renda disponível para consumo, para pagamento de compro­missos”, ressalta.

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