Falta de insumos ainda afeta a indústria automotiva

9 de julho de 2021 às 0h24

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Montadora em Betim já concedeu férias coletivas para mil trabalhadores e outros mil colaboradores também devem ficar em casa | Crédito: Divulgação / Stellantis

A paralisação das atividades de linhas de produção das montadoras de veículos País afora está se tornando uma constante. Diante da escassez de insumos e componentes, multinacionais se veem obrigadas a diminuir o ritmo e conceder férias coletivas aos funcionários, cancelar turnos de trabalho ou até suspender contratos.

Em Minas Gerais, apenas na fábrica da Fiat (do grupo Stellantis), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), há mil trabalhadores em férias coletivas até o próximo dia 11 de julho e outros mil entrarão a partir do dia 12.

A informação é do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e Metalúrgicas de Betim e Região, Alex Custodio. Segundo ele, o motivo das férias é a falta de componentes. O grupo Stellantis confirmou a situação. Por meio de nota, disse que cerca de mil trabalhadores estão em férias visando, justamente, ajustar o ritmo de produção.

Conforme a empresa, a indústria automobilística, assim como outros setores industriais, vem enfrentando o problema global de escassez de componentes, sobretudo componentes eletrônicos, largamente utilizados em outros setores aquecidos da economia mundial, como a indústria de computadores, games e smartphones.

A empresa explicou que, diante do cenário, mobilizou equipes de logística e de compras para realizar um trabalho intenso e direto junto aos fornecedores, para apoiá-los na busca de subcomponentes, de modo a mitigar os problemas de volumes e regularidade de entregas.

“Este trabalho corpo a corpo tem resultado em relativa estabilidade de suprimentos. Não é um cenário normal, mas é um cenário que mantém certa regularidade e viabiliza a produção. Em função deste esforço, a Stellantis tem conseguido manter o ritmo de produção com poucas alterações e, em função disto, a empresa fechou o primeiro semestre do ano na liderança dos mercados brasileiro, argentino e sul-americano”, disse.

No caso da fábrica da Mercedes-Benz em Juiz de Fora, na Zona da Mata, pelo menos, por enquanto, não há previsão de parada. É o que afirmou a montadora, também por meio de nota.

“O fornecimento de matérias-primas segue sendo um grande desafio para todas as fabricantes desde 2020. Os maiores desafios são em relação à entrega de componentes eletrônicos, como semicondutores e chips, e também de alguns produtos de origem química, metálica e polimérica. Mas não há previsão de parada na Mercedes-Benz do Brasil”.

Ainda conforme a empresa, foi criado um comitê multiáreas que monitora constantemente os processos de abastecimento e de produção para poder atender os clientes da melhor forma possível e tentar minimizar as dificuldades de abastecimento da rede global e local de logística.

Já a Iveco, com planta em Sete Lagoas, na região Central de Minas, não informou sobre sua produção.

Impacto na produção das montadoras

Tamanhos são os impactos do desabastecimento de insumos e componentes na indústria automotiva brasileira que a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) cortou as expectativas de vendas e de produção para este ano.

A expectativa para o licenciamento de veículos foi reduzida de alta de 15% para crescimento de 13%, para 2,32 milhões de unidades, com corte maior no segmento de automóveis, cuja expectativa de aumento caiu pela metade: de 14% para 7%.

GM deverá suspender contratos em SP

São Paulo – Metalúrgicos da General Motors em São José dos Campos (SP) aceitaram ontem a suspensão de contratos de trabalho de até 250 trabalhadores da unidade depois que a montadora concordou em dar estabilidade de emprego para todos os funcionários da fábrica.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, os contratos de até 250 funcionários da fábrica serão suspensos entre 12 de julho e 25 de agosto, com o período podendo ser prorrogado. Pela legislação atual, a suspensão dos contratos pode ser feita por até 120 dias.

A entidade afirmou que a proposta inicial apresentada pela montadora não trazia a garantia da estabilidade para todos da fábrica, prevendo o benefício apenas para os que estivessem com o contrato suspenso. A inclusão foi uma exigência da categoria.

A montadora afirmou que a necessidade de suspensão dos contratos ocorre diante da falta de peças que atinge o setor automotivo. Nessa semana, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), citou problema de escassez de componentes eletrônicos para a montagem dos veículos pelo setor, algo que poderá começar a ser resolvido somente a partir de meados do ano que vem.

A fábrica da GM em São José dos Campos produz a picape S10 e o utilitário Trailblazer e possui cerca de 3.800 trabalhadores, afirmou o sindicato. (Reuters)

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