RMBH registra deflação de 0,09% em novembro

8 de dezembro de 2018 às 0h15

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CREDITO: ALISSON J. SILVA

ANA AMÉLIA HAMDAN

A inflação na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) apresentou retração de 0,09% em novembro, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado na sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o coordenador da pesquisa, Venâncio Otávio Araújo da Mata, o resultado foi puxado principalmente pelo preço da gasolina, que caiu 2,32%. Também tiveram peso a retração no preço da energia elétrica (-1,51%) e no valor do leite longa vida (-8,05%). Além disso, a Black Friday trouxe impacto ao levar à redução nos valores de produtos como perfumes (-10,96%).


Segundo Venâncio da Mata, a retração só não foi mais significativa devido ao aumento nos preços de produtos do grupo alimentação e bebida. Os que mais tiveram alta foram a cebola – com aumento de 30,48% – e tomate, cujo preço subiu 29,05%.


No acumulado do ano até novembro, a inflação está em 3,99%, dentro da meta para o ano, que é de 4,5%. Em 2017, no acumulado do ano até novembro, o índice na RMBH era de 1,95%. De acordo com o pesquisador, o aumento da inflação em 2018 no comparativo com o ano anterior é atribuído principalmente à greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 4,33%.


De acordo com o IBGE, cinco grupos pesquisados apresentaram aumento acima da média na RMBH: alimentação e bebidas (0,52%), despesas pessoais (0,20%), artigos de residência (0,19%), educação (0,17%) e vestuário (0,01%). Houve deflação em quatro grupos: transportes (-0,78%), saúde e cuidados pessoais (-0,64%), comunicação (-0,15%) e habitação (-0,11%).


O destaque no grupo habitação foi a queda de 1,51% no preço da energia elétrica, causada principalmente pelo aumento das chuvas, com a bandeira tarifária passando de vermelha para amarela.

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Capital – Em Belo Horizonte, a inflação também caiu em novembro, com o IPCA mostrando retração de 0,20%, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais, vinculada à Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG). Essa foi a maior queda registrada para o mês de novembro desde 1994.


De acordo com a coordenadora de pesquisa e desenvolvimento do Ipead/UFMG, Thaize Martins, a queda no custo de vida registrada em novembro não é usual, já que esse mês e dezembro são marcados pelas altas dos preços. O principal diferencial este ano foi a queda no preço da energia elétrica – com redução próxima de 8% -, devido à elevação dos índices de chuva e da mudança da bandeira tarifária de vermelha para amarela.


A pesquisa também detectou a influência da Black Friday na queda da inflação, principalmente na redução de preço dos artigos de vestuário e complementos (-1,59%).


Por outro lado, as principais altas foram referentes aos alimentos in natura, com aumento de 5,5%. Nesse caso, o vilão foi o tomate, com aumento de 61%.


No acumulado do ano até novembro, a inflação em Belo Horizonte teve alta de 4,28%. O resultado está além das projeções feitas no início do ano, mas ainda dentro do centro da meta, que é de 4,5%. Ao longo do ano, os principais fatores a pressionarem a inflação foram a greve dos caminhoneiros e alta dos combustíveis e energia elétrica. Em 2017, no acumulado do ano até novembro, a inflação estava em 3,32%.


O preço da cesta básica em novembro ficou em R$ 402,41, com alta de 2,46% em relação a outubro. No acumulado do ano, a alta é de 5,01%, ou seja, acima da inflação. O valor já representa 42% do salário mínimo. “É um custo muito alto com alimentação”, comenta Taize Martins.

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