Governo eleva previsão de alta do PIB para 0,85%

11 de setembro de 2019 às 0h04

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A liberação do saque imediato do FGTS deve ajudar a recuperação - Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Brasília – O governo passou a ver uma inflação mais baixa neste ano, e elevou ligeiramente o crescimento esperado para a economia, pontuando que um desempenho mais forte da atividade no quarto trimestre deve compensar uma performance mais fraca para o trimestre atual.

Em seu boletim macrofiscal divulgado ontem, a secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia projetou alta do Produto Interno Bruto (PIB) este ano a 0,8%, sobre 0,81% anteriormente.

Contudo, o secretário da pasta, Adolfo Sachsida, informou em coletiva de imprensa que a nova estimativa com duas casas decimais é de 0,85% para o PIB em 2019 – aumento, portanto, em relação ao patamar visto anteriormente.

Já para a inflação medida pelo IPCA, a elevação passou a ser estimada pela SPE em 3,6% para 2019, ante 3,8% antes.

“Embora a projeção para o crescimento da atividade no terceiro trimestre tenha sido reduzida, a melhora das estimativas para o último trimestre de 2019 compensou a piora dos indicadores referentes ao trimestre atual”, frisou a secretaria no boletim.

“Projeta-se recuperação da atividade a partir de setembro deste ano, como resposta dos efeitos iniciais do corte de juros, da elevação da confiança e início das liberações de recursos do saque imediato do FGTS”, completou.

A SPE reforçou que, do impulso total de 0,35 ponto percentual esperado para o PIB em 12 meses com a liberação de recursos do FGTS, 0,14 ponto deverá ocorrer ainda neste ano.

Sachsida avaliou que a liberação de recursos prevista ainda para este ano será expressiva e ajudará em uma retomada com mais força da economia a partir de setembro

“Em agosto parece que se encerrou ciclo extremamente difícil da economia brasileira, a partir de setembro vamos poder observar com mais consistência uma retomada passo a passo da recuperação da economia”, afirmou.

Ele também citou outras medidas tomadas pelo governo que estão sinalizando a busca por um reequilíbrio das contas públicas e o compromisso em melhorar o ambiente de negócios, como a reforma da Previdência em vias de ser aprovada no Senado e iniciativas de desburocratização para negócios, incluindo a lei da Liberdade Econômica.

“Governo é firme, teto fica de pé, (meta de) primário fica de pé, regra de ouro fica de pé”, disse ele, sobre o compromisso com o atual arcabouço fiscal.

Por outro lado, Sachsida ponderou que três cenários seguem inspirando cuidados: baixa produtividade da economia brasileira, um cenário fiscal que permanece delicado e uma conjuntura internacional que mostra queda no crescimento de vários países do mundo.

Desaceleração – Para o terceiro trimestre, a expectativa da SPE é de uma expansão de 0,2% do PIB em relação aos três meses anteriores, numa perda de fôlego ante o crescimento de 0,4% exibido pelo PIB no segundo trimestre.

De acordo com a SPE, essa desaceleração deverá ser observada “em quase todas as aberturas de serviços”. Estimativa é de que o setor de serviços tenha alta de 0,2% no terceiro trimestre, depois de crescer 0,3% no período anterior. A indústria deve encolher 0,4% no trimestre julho-setembro e o setor agropecuário crescerá 2%, calcula a SPE.

Sobre o comportamento do IPCA, a SPE afirmou que “mais uma vez, a intensidade da descompressão do preço de alimentos foi responsável por parte da queda da estimativa de inflação”.

Os novos números do boletim da SPE vão embasar o próximo relatório bimestral de receitas e despesas que, por lei, deve ser publicado até o dia 22 deste mês. No documento, o governo refaz suas projeções de receitas e despesas e adota ações para garantir o cumprimento da meta fiscal, fixada neste ano em um déficit primário de R$ 139 bilhões para o governo central.

Até agora, já foram contingenciados gastos discricionários de R$ 34 bilhões para assegurá-la.

Questionado se a melhoria prevista para o PIB permitiria uma diminuição do contingenciamento, Sachsida afirmou que essa era apenas uma das variáveis analisadas num processo maior referente à confecção do relatório de receitas e despesas.

Por isso, ainda não seria possível antecipar eventual descongelamento de gastos no Orçamento, completou. (Reuters)

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