Indústria de cerâmica deve atingir 20% de alta em MG

30 de novembro de 2021 às 0h30

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Para atender ao aquecimento da demanda, fabricantes de cerâmica investiram para elevar a produção em Minas | Crédito: Divulgação

O setor da indústria da cerâmica estima crescer 20% neste ano na comparação com 2020. O ritmo de aumento poderia ser ainda maior, mas a desaceleração da construção civil impactou o setor no segundo semestre, devido à elevação da taxa básica de juros, o que acabou influenciando no recuo de financiamentos imobiliários.

O motivo do crescimento anual, de acordo com o Sindicato das Indústrias da Cerâmica para Construção e Olaria do Estado de Minas Gerais (Sindicer-MG), foi a elevação das encomendas de tijolos e telhas pela construção civil para construção e reforma de imóveis.

“Nesse período, em plena pandemia da Covid-19, a demanda da construção civil estava alta, a taxa básica de juros para financiamentos de imóveis era atrativa para a população, o que acabou resultando em grandes investimentos no setor”, explicou o presidente do Sindicer-MG, Ralph Perrupato.

Como a indústria da cerâmica registrou bons resultados no mercado no ano passado, neste ano vários empresários chegaram a investir no setor e aumentaram a produção de tijolos e telhas. 

“Acompanhamos uma demanda acelerada que vinha desde 2020, porém, no segundo semestre deste ano tivemos, apesar da retomada da economia, uma desaceleração no setor da construção civil, o que acabou afetando a indústria da cerâmica, que tinha investido com o aumento de produção. Como resultado, houve empresários que ficaram com estoque de produtos”, conta.  

Perrupato avalia que os resultados positivos durante a crise sanitária foram uma surpresa para todos os setores industriais, principalmente os que atendem à demanda da construção civil. “Ninguém poderia imaginar que, durante esta crise de saúde, nós teríamos uma alavancada no setor. Antes da pandemia da Covid-19, a indústria da cerâmica estava com recuo no faturamento, principalmente devido ao novo modelo de construção com concreto. Essas construções pré-moldadas utilizam muito esse tipo de produto e acabam com o conforto e segurança do imóvel, mas tem um custo mais baixo e deixa a construção mais rápida. Uma concorrência injusta”.

Com o aumento da demanda, a indústria da cerâmica investiu em produção e em mão-de-obra para atender o mercado aquecido, mas o grande problema, de acordo com o presidente do Sindicer-MG, é a grande dificuldade para encontrar trabalhadores disponíveis para o setor

“A indústria do setor está gerando de 10% a 20% a mais de vagas de emprego. O grande problema é que estamos com grande dificuldade para encontrar pessoas que estejam dispostas ao trabalho braçal. Aumentamos os benefícios para os trabalhadores, reajustamos os salários para quem está empregado e para quem será contratado, mas, mesmo assim, a demanda é pouca”, pontua Ralph Perrupato.

Planos para o futuro 

Para 2022, a expectativa do setor da indústria de cerâmica é a de que haja um crescimento significativo já no primeiro semestre do ano. “Será um ano de muito trabalho. Existem muitas obras de infraestrutura que estão previstas para iniciarem no ano que vem. Além disso, o governo federal retomará as construções da linha Verde Amarela, antiga Minha casa, minha vida, e a Caixa Econômica Federal já anunciou redução nos juros para financiamento de imóveis. As expectativas para que a construção civil volte a crescer e, com ela, os demais setores, como o da cerâmica, aço, plástico, cimento e demais segmentos, são muito grandes”, finalizou o presidente do Sindicer-MG, Ralph Perrupato. 

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