Investimento supera compra em pesquisa da FCDL-MG
4 de dezembro de 2019 às 0h13
Na hora de escolher entre poupar ou comprar, os consumidores mineiros estão preferindo focar nos investimentos. No entanto, essa opção não está ganhando com folga. De acordo com a Pesquisa de Intenção de Consumo de dezembro, feita pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG), enquanto 50,9% dos entrevistados preferem investir, os outros 49,1% já pensam em encher os carrinhos no fim de ano.
O economista da entidade, Vinícius Carlos, aponta que um cenário econômico melhor contribui para que tantas pessoas pensem em consumir. “Podemos citar, como exemplo, os juros e a inflação que estão baixos, os prazos maiores de crédito para os consumidores, a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Pis/Pasep. Além disso, há também o décimo terceiro (salário)”, salienta.
Tudo isso, destaca ele, soma-se ao apelo emocional do Natal, quando os lojistas focam os esforços em torno dessa celebração, o que gera um estímulo às vendas.
Cautela – Apesar desse cenário e de muitas pessoas se demonstrarem abertas a consumir, há também, ainda, certa cautela por outro lado, conforme destaca o economista e os próprios números da entidade.
“O fato de todas as reformas ainda não terem sido realizadas não trouxe para a economia um ritmo mais forte de crescimento, que seria capaz de gerar mais emprego e renda”, salienta ele.
Preferências – Quando o assunto é o que os consumidores mais pretendem comprar neste fim de ano, a liderança vai para as roupas, que são a preferência de 15,7% dos entrevistados. Logo depois, vêm os gastos em supermercados e hipermercados (14,6%), com brinquedos (10,1%), viagens/pacotes (9%), móveis e decoração (7,9%), calçados (6,7%), perfumes e cosméticos (6,7%), eletrodomésticos (5,6%), artigos esportivos (3,4%), automóveis (3,4%), farmácia/medicamentos (3,4%), joias e acessórios (3,4%), autopeças (2,2%), eletrônicos (2,2%), smartphones/celulares (2,2%), computadores/notebooks (1,1%), eletroportáteis (1,1%) e materiais de construção (1,1%).
Como os gastos com a alimentação têm um peso muito grande entre as pessoas, porém, pode ser que esse quadro se modifique um pouco ainda graças à disparada do preço da carne. Para se ter uma ideia, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o custo do contrafilé subiu 50% para o segmento e o do coxão mole, 46%. Isso em menos de três meses. “O aumento nos valores de bens de primeira necessidade reflete no consumo de outros produtos, que pode reduzir”, destaca o economista da FCDL-MG.
Entre os que pretendem aplicar o dinheiro, a poupança lidera a preferência, com 51,3%, seguida por fundos de investimento (15,4%), tesouro direto (12,8%), previdência (10,3%), ações (7,7%) e capitalização (2,6%).