Leilão das BRs 381 e 262 é adiado para 20 de dezembro

21 de outubro de 2021 às 0h29

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Investidores pediram prazo maior para analisar o projeto do sistema BR-381/262 | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

O Ministério da Infraestrutura comunicou ontem mudança na data do leilão rodoviário das BRs-381 e 262 em Minas Gerais e Espírito Santo. O evento, inicialmente previsto para ocorrer no dia 25 de novembro, foi adiado para 20 de dezembro. De acordo com a pasta, a alteração atende a um pedido de investidores, que solicitaram mais tempo para analisar o projeto. A mudança da data foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Segundo a Infraestrutura, a previsão da assinatura do contrato, que antes era em janeiro, agora está entre fevereiro e março. O sistema BR-381/262/MG/ES prevê investimentos de R$ 7,37 bilhões (Capex) e custos de operação de cerca de R$ 6,03 bilhões (Opex) para os serviços de infraestrutura e ampliação de capacidade do sistema rodoviário, totalizando a aplicação de R$ 13,4 bilhões ao longo de um contrato de 30 anos – prorrogáveis por mais cinco.

O senador de Minas Gerais Carlos Viana (PSD) explica que a alteração não irá influenciar no início das obras. “É um edital complexo e que precisa ser estudado com critério. O que é bom ressaltar é que essa alteração não vai suspender nenhuma obra. É uma decisão que não tem volta, a população mineira espera por isso há anos e teremos as obras nas rodovias”, explica.

De acordo com o senador, outro ponto que favoreceu a mudança na data foi a proximidade do leilão da Via Presidente Dutra, em São Paulo. Marcada para o dia 29 de outubro, às 14h, na B3, em São Paulo, a concessão também é de 30 anos e prevê R$ 14,8 bilhões em investimentos da iniciativa privada. “Acredito que esses investidores que irão participar do leilão da Dutra também têm interesse nas rodovias de Minas, então é válido que esses investidores tenham mais tempo para estudarem as propostas”, avalia.

Pensando no leilão das rodovias mineiras, os investidores pediram mais tempo para estudar o projeto de concessão de mais de 670 quilômetros de pistas, que abrange uma das rodovias mais perigosas do País. A estimativa é de que a concessão gere cerca de 100 mil empregos (diretos, indiretos e efeito-renda) no decorrer dos 30 anos de contrato.

Entre as principais obras estão 402 quilômetros de duplicação, 228 quilômetros de faixas adicionais, 131 quilômetros de vias marginais, 130 retornos, 125 correções de traçado, 40 passarelas, pelo menos dois pontos de parada e descanso para profissionais do transporte rodoviário, além do contorno do município de Manhuaçu, inclusive com a implantação de um túnel.

O presidente do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Emir Cadar Filho, avalia que a diferença de pouco menos de 25 dias não altera o cronograma de uma obra tão esperada pelo Estado e pela população. “Há mais de 30 anos esperamos que essas obras saíssem do papel. O leilão da rodovia Presidente Dutra, em São Paulo, agora no dia 29 de outubro, é a prioridade para muitos investidores, então é melhor que estudem melhor os das rodovias mineiras e façam a melhor proposta”, pontua.

Cadar Filho acredita que com a melhoria nas rodovias, outros setores da economia no Estado serão beneficiados. “O escoamento da produção industrial pelo Estado ocorrerá mais facilmente, com menos perda e, principalmente, com mais segurança para todos que utilizam a rodovia. Isso atrai mais investimentos para Minas Gerais”, reforça.

O DIÁRIO DO COMÉRCIO procurou o governo de Minas Gerais, mas a assessoria de imprensa informou que não iriam falar sobre o assunto.

Modelo híbrido

Pelo edital, o critério do leilão será híbrido, com uma disputa por menor tarifa com deságio limitado a cerca de 15%, seguido de maior valor de outorga como critério de desempate.

Além disso, de acordo com o Ministério da Infraestrutura, estão programadas inovações como o desconto de usuário frequente, para motoristas que trafegam diariamente entre municípios vizinhos, e a redução de 5% para veículos que utilizam qualquer sistema automático de pagamento – motocicletas ficarão isentas de pagamento.

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