As reformas em imóveis, os lançamentos imobiliários e o marco do saneamento estão sendo importantes para que o setor de materiais de construção siga avançando. Somente no primeiro quadrimestre, foi registrada alta de 15% no faturamento.
Apesar do resultado positivo, as estimativas são cautelosas para os próximos meses. A inflação e os juros elevados, o aumento dos preços dos produtos para construção e as incertezas são fatores que podem pesar e interferir de forma negativa nos resultados do setor.
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De acordo com o presidente da Associação do Comércio de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac-MG), Flávio Alves Gomes, o faturamento do setor no Estado acompanhou o resultado nacional e ficou 15% maior no primeiro quadrimestre.
A demanda também foi favorecida com o encerramento do período chuvoso. Além do clima mais favorável para a construção, os danos provocados pelos efeitos climáticos geram demanda.
“O primeiro quadrimestre de 2022 foi positivo, ainda, para o setor de material de construção. O faturamento cresceu 15% em relação ao mesmo período de 2021. Um outro fator que contribuiu foi o marco do saneamento e os investimentos de novos lançamentos, que criam um otimismo no mercado que faz com que reaja e traga bons negócios para o ano”.
O presidente Associação dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Geraldo Defalco, explica que, apesar do resultado positivo no faturamento, o setor enfrenta desafios e vê o mercado com cautela.
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Apesar de haver uma tendência de uma demanda maior vinda de reformas aos danos provocados pelas chuvas e do tempo mais seco favorecer os investimentos da construção civil em geral, o que pode aumentar a demanda pelos materiais de construção, o cenário econômico e mundial pode interferir no desempenho.
“Estamos passando por um momento novo, difícil, pós-pandemia, guerra, com o mundo inteiro com a estrutura econômica e de fornecimento abalados. E embora tenha passado esse período chuvoso, a crise econômica é mundial. Mas ainda temos como trabalhar com números mínimos de 2021 e isso é muito positivo”, disse Defalco.
Dentre os principais desafios do setor estão os preços que continuam subindo devido à uma oferta ainda irregular de materiais de construção.
“Os preços continuam ainda com uma pressão inflacionária muito grande, principalmente pela falta de produtos. Também acontece no mundo inteiro. O Brasil fez um trabalho muito sério, subindo a Selic, para conter essa inflação. Na medida em que o mercado vá crescendo, ele vai baixando aos poucos a Selic até que volte a se regular. Mercados e ofertas bem próximas da demanda para que não ocorra a inflação com taxas de juros muito elevadas”.
Cenário nebuloso
Em relação às perspectivas para o restante do ano, Defalco explica que é difícil prever.
“Essa é a pergunta de um milhão: nós fizemos um planejamento em fevereiro de 2020 e em março ele não servia mais. Quando passaram esses dois anos de correria, economia instável, de pandemia, de ajustar altas de preços, fizemos um outro planejamento e entra uma guerra que corta subsídios, aumenta petróleo, os países produtores não ofertam mais para que os preços caiam porque é um aumento em que eles vão ganhar muito dinheiro. Então para dizer o quanto vai crescer em 2022, eu diria que pelo menos 1,5% do PIB. Mas, é um número infinitamente otimista, considerando o cenário nacional e internacional”.