O saldo de empregos nas micro e pequenas empresas (MPEs) de Minas Gerais bateu recorde em outubro e foi o mais elevado para o mês dos últimos dez anos. No décimo mês do ano, foram gerados 30.534 postos de trabalho formais no Estado, o que representa alta de 269,8% em relação ao mesmo mês do ano passado (8.256).
Os números fazem parte de um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Minas), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. O estudo revela também que as 30.534 vagas observadas em outubro nas micro e pequenas empresas equivalem a 72,5% do total de empregos gerados no mês em Minas Gerais.
PUBLICIDADE
No acumulado, os números também revelam avanço. Ainda segundo os dados do Sebrae Minas, o saldo do setor é positivo em 3.382 vagas, quando se verifica os dez primeiros meses de 2020, o que representa 63% do saldo total dos postos de trabalho gerados no Estado.
Com o resultado, observa-se que as vagas perdidas no ano com os reflexos da pandemia da Covid-19 já foram recuperadas, segundo o superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha.
Além disso, afirma o assistente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Rafael Cunha, pela primeira vez no ano, o saldo se mostrou positivo no acumulado de 2020. “Isso já traz ânimo”. Ele destacou que o segmento é um dos primeiros a reagir com demissões em um período de crise, mas também um dos primeiros a realizar contratações.
Nesse cenário, o setor de serviços foi o mais representativo para o saldo de empregos das micro e pequenas empresas do Estado em outubro, com 10.194 vagas. Logo depois vêm o comércio (8.911) e a indústria (7.680). O maior número de postos de trabalho gerados no décimo mês do ano foi verificado em Belo Horizonte (6.246).
PUBLICIDADE
Expectativas – Em relação ao que vem pela frente, ainda há um cenário incerto. Cunha lembra, por exemplo, que a pandemia da Covid-19 ainda pode impactar o setor. “Temos um certo receio de uma segunda onda da Covid-19. Porém, temos o pensamento de que, mesmo na confirmação de uma segunda onda, os aprendizados da primeira serão úteis para os empresários”, disse.
Além disso, o assistente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas também ressalta o otimismo que tem sido visto com uma possível vacina contra a doença. “A Setor também avança no cenário nacionalgente nota que a Bolsa já começa a sinalizar uma confiança na vacina e essa confiança é refletida nos empresários”, finalizou.
Setor também avança no cenário nacional
Considerando o cenário nacional, as micro e pequenas empresas (MPEs) estão bem próximas de recuperar todos os empregos perdidos durante a pandemia do coronavírus. Em outubro, essas empresas geraram um saldo líquido de 271 mil postos de trabalho (68,6% do total de empregos gerados no país). Com isso, no acumulado entre janeiro e outubro, o saldo de empregos apresentado pelas MPE ficou negativo em apenas 26 mil empregos (de janeiro a setembro era de 294,3 mil). Nos piores meses da crise, os pequenos negócios foram os que mais demitiram, chegando a fechar pouco mais de 1 milhão de vagas. Mas, com a reabertura da economia, as MPE foram também as que reagiram mais rapidamente na retomada do emprego.
O levantamento feito pelo Sebrae a partir de dados do Ministério da Economia mostrou que as médias e grandes empresas ainda apresentavam, em outubro, um saldo negativo acumulado de pouco mais de 215 mil vagas (oito vezes maior que o resultado das MPE). Ainda segundo o Sebrae, em outubro, as médias e grandes empresas geraram um saldo positivo 123 mil postos de trabalho; menos da metade do saldo gerado pelas micro e pequenas.
Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, mais uma vez se confirma a importância das micro e pequenas empresas para a economia brasileira. “A enorme capacidade de resiliência e de recuperação dos pequenos negócios mostra o quanto foram acertadas as políticas públicas do governo que reduziram a burocracia e melhoraram o acesso a crédito, por parte das MPE”, avaliou. Ele defende que, com a continuidade dessas políticas, os pequenos negócios serão capazes de acelerar a retomada da economia e superação das adversidades impostas pela crise causada pela pandemia.
Para isso, o presidente do Sebrae defendeu que é importante continuar assegurando o acesso desses empreendedores aos empréstimos necessários para manter o capital de giro dos negócios. “Levantamentos do Sebrae mostram que, no início da pandemia, apenas 11% das empresas que solicitavam crédito tinham sucesso. Em outubro, esse resultado havia crescido para 31%, graças principalmente ao Pronampe. Por isso a perenização desse instrumento é tão fundamental”, argumentou Melles.