Novo coronavírus tem forte impacto nas locadoras de automóveis em MG

1 de maio de 2020 às 0h18

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Crédito: Marcos Leão - Divulgação

Em Minas Gerais, o isolamento social adotado para reduzir a disseminação do novo coronavírus está causando prejuízos ao setor de locação de veículos.

Além do fechamento dos estabelecimentos, a demanda foi amplamente reduzida em alguns segmentos do setor, como os de aluguéis diários e mensais e também os voltados para os motoristas de aplicativos de transporte.

Mesmo em cidades onde a abertura das locadoras de veículos está autorizada, a demanda pelos carros reduziu cerca de 50%.

De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas Locadoras de Automóveis do Estado de Minas Gerais (Sindloc-MG) e vice-presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), Marco Aurélio Gonçalves Nazaré, as empresas do setor estão sentindo os reflexos negativos provocados pelo novo coronavírus.

“As locadoras tiveram queda, principalmente, com aluguéis diários e voltados para os motoristas de aplicativos de transporte. O isolamento da população, para controle do coronavírus, evidentemente, faz com que se tenha uma demanda menor pelos aplicativos de transporte. Dessa forma, os motoristas devolveram um expressivo percentual dos carros deixando as locadoras que trabalham com esse tipo de cliente com os pátios cheios de carros”, disse.

Impacto negativo também foi sentido na modalidade de aluguel mensal, onde foram suspensos vários contratos e negadas renovações.

Mas, o maior prejuízo está nas locadoras que trabalham com aluguéis diários. Além dos estabelecimentos fechados, o que impede as negociações, em municípios onde a atividade está autorizada, a demanda tem sido menor.

“A locadora que trabalha com diária tem sofrido um impacto maior porque as lojas estão fechadas, exemplo disso é em Belo Horizonte, onde a atividade não foi considerada essencial. Mesmo em cidades onde há permissão para o funcionamento, o fechamento de diversos estabelecimentos, a suspensão de várias atividades e a menor renda da população, o aluguel de veículos também está menor, com quedas que podem superar 50%. As pessoas também estão receosas em relação ao vírus e ficando isoladas, o que impacta na demanda”, explicou.

Apesar de a atividade estar classificada como essencial pelo governo federal, a permissão para o funcionamento das lojas depende de cada prefeito. Em Belo Horizonte, o sindicato tentou negociar junto à prefeitura, porém, até o momento, a retomada da atividade não foi permitida.

“O aluguel de veículos é um serviço essencial. No caso da pandemia, a locação é uma alternativa mais segura para a população, já que garante a mobilidade e evita aglomeração no transporte público”, disse.

Gonçalves destaca que também é importante considerar que 56% do volume de negócios das locadoras estão voltados para pessoas jurídicas (iniciativa privada e governo) e com contratos de longo prazo. Nestes casos, principalmente para a área de saúde, as locadoras estão registrando uma demanda adicional, o que tem feito com que alguns segmentos sofram menos por não registrarem devoluções ou suspensões de contratos.

Estratégias – Para reduzir os prejuízos muitos empresários têm utilizado as medidas lançadas pelo governo federal, principalmente, as que permitem a redução dos salários e da carga horária e a suspensão temporária dos contratos de trabalho.

As linhas de crédito lançadas para o período de crise e que têm com condições especiais de juros e carência foram avaliadas como importantes. O Sindloc também está em negociação com o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para disponibilização das linhas de crédito já trabalhas pela entidade financeira e também pelas lançadas pelo governo.

“As medidas lançadas pelo governo estão contribuindo de forma positiva. Os empresários têm buscado por todas as alternativas para ganharem um fôlego na crise. Estão antecipando férias, reduzindo os salários e a carga horária e suspendendo os contratos. O Sindloc-MG está trabalhando junto ao BDMG para que a entidade atue como facilitador para os associados terem acesso às linhas de crédito. Isto tudo é importante para manter os salários dos trabalhadores, que é convertido em consumo e gira a economia, e para a quitação de tributos, que permite a arrecadação por parte do Estado, preservando a condição de investir na saúde”, explicou.

Gonçalves ressalta que o Sindloc-MG está orientando os empresários a encontrarem soluções para reduzir os prejuízos e superar a crise.

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