Ouro registra valorização de 64% em março

24 de março de 2020 às 0h15

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A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) impactou diversos investimentos financeiros, como os relacionados a ações na Bolsa de Valores e os atrelados à taxa Selic, favorecendo uma corrida para o ouro.

Conforme destaca o economista e especialista em modelagem financeira, Davi Toledo, um acompanhamento do mercado mostra que, em uma comparação entre março de 2019 e março deste ano, o metal apresentou um aumento de 64%.

Especialistas consultados pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO apontam que são vários os motivos para esse incremento, todos com raízes em situações de estresse, já que o ouro é visto como uma espécie de porto seguro nessas circunstâncias.

A guerra comercial entre Estados Unidos e China, a crise na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a advinda da disseminação do novo coronavírus são os principais. Além disso, a taxa básica de juros da economia brasileira a 3,75% faz com que muitos investimentos sejam pouco atrativos.

Tendo tudo isso em vista, Davi Toledo destaca que agora pode ser a hora de investir no ouro. “Nos próximos três, seis meses, a tendência é só crescer”, diz ele. O especialista afirma que o valor do metal até caiu nas últimas duas semanas, mas que foi algo pontual, devido a investidores que perderam com papéis de maior risco e precisaram gerar caixa. Isso fez com que vendessem ouro e houvesse certo excesso de oferta.

“Quem investiu em ouro nos últimos cinco, seis meses, teve um ganho absurdo. O dólar e o ouro são muito buscados nesses momentos”, diz ele, que acrescenta, ainda, como outra boa característica do ouro o fato de ele oferecer liquidez.

O professor e coordenador do curso de administração do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Eduardo Coutinho, por sua vez, apesar de destacar que o ouro tem, sim, sido visto como porto seguro por muitos anos, também ressalta que é muito complicado falar em “hora de investir”.

“O ouro tem essa fascinação. É difícil dizer que as pessoas possam ter se arrependido de adquiri-lo, a não ser em momentos específicos. No entanto, também tem seus riscos, inclusive de os ganhos ficarem abaixo do que se esperava. Comprar ouro não é certeza de ganhos. Se fosse, o rendimento seria mais baixo”, diz.

Sócio e head de produtos da Monte Bravo, Rodrigo Franchini ressalta mais um caráter do ouro: é um atrativo que não oferece juros semestrais, anuais ou dividendos. Se a demanda diminui, lembra ele, o ativo cai rapidamente.

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