Polo calçadista de Nova Serrana opera com 30% da capacidade

20 de abril de 2021 às 0h29

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Crédito: Alisson J. Silva / Arquivo DC

As indústrias do polo calçadista de Nova Serrana, no Centro-Oeste do Estado, têm operado nos últimos meses com apenas 30% da capacidade. A drástica redução na demanda, em função dos longos períodos de fechamento de lojas por conta da pandemia de Covid-19, vem causando demissões e férias coletivas nas fábricas da região.

Empresários dizem ser urgente a volta de medidas governamentais de ajuda ao setor, como pacotes de amparo ao emprego, liberação de crédito com menos burocracia e postergação no pagamento de impostos.

“O que acontece é que os nossos clientes estão fechados por causa da pandemia. E isso no País todo. Não há pedidos. Por isso, a maior parte das fábricas tem operado bem abaixo da capacidade de produção, e adotado medidas como férias coletivas e redução de jornada, fazendo de tudo para não demitir. Mesmo assim, tem ocorrido demissões, pois muitas empresas já não estão dando mais conta de se manter”, informou o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana, Ronaldo Lacerda. Segundo ele, as indústrias fizeram acordos com sindicatos de trabalhadores para o uso de banco de horas e redução da jornada.

Nesse cenário, uma das medidas mais aguardadas pelo setor é uma renovação do benefício emergencial de manutenção do emprego e da renda (BEM), pelo governo federal. A volta da medida dependia da aprovação do PLN 2/2021, que altera a Lei Orçamentária, o que ocorreu na noite de ontem.

A volta do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) também dependia da aprovação do projeto.

Ronaldo Lacerda ressaltou que tão importante quanto os auxílios de crédito e emprego são também os benefícios tributários. “Esperamos que o governo do Estado e os municípios se sensibilizem, e que possam pelo menos protelar o pagamento dos tributos. Muitas indústrias estão com impostos atrasados. Nosso setor foi, sem dúvidas, um dos mais afetados pela pandemia, pois as lojas de calçados não são consideradas comércio essencial, e ficaram fechadas por muito tempo”.

A questão foi colocada na semana passada por representantes do setor calçadista de Nova Serrana em uma reunião virtual da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para discutir o plano Recomeça Minas. O plano consta no projeto de lei (PL) 22.442/21 e, entre outras medidas, estabelece prazos específicos para a cobrança de vários impostos, como, por exemplo, o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

O acesso ao crédito é outro ponto. “Essas medidas de apoio do início da pandemia, como o programa de incentivo ao emprego e o Pronampe foram muito importantes no ano passado. E precisamos agora, desses e também de um acesso ao crédito mais facilitado”, acrescentou.

E-commerce

As vendas on-line, que têm sido a grande saída para muitos segmentos durante a pandemia, não impactaram as indústrias calçadistas do polo de Nova Serrana. “O e-commerce representa, hoje, para as lojas de calçados, que são nossos clientes, menos de 8% das vendas totais. Então, para as fábricas, as vendas on-line não fizeram diferença durante a pandemia”, avaliou Lacerda.

Ainda de acordo com o representante, Nova Serrana e região contam com cerca de 1.200 fábricas de calçados, que geram cerca de 20 mil empregos diretos e, pelo menos, outros 20 mil empregos indiretos. “Trata-se de um setor muito representativo para região. Ajudar o setor calçadista é ajudar a região”.

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