O preço médio do aluguel residencial avançou em Belo Horizonte no mês de abril em todas as bases de comparação. De acordo com os dados do Índice FipeZAP, no quarto mês do ano, o incremento foi de 0,72% em relação a março, atingindo o valor de R$ 24,06/m².
O resultado na capital mineira foi um dos mais significativos entre as capitais pesquisadas, atrás apenas de Curitiba (1,46%) e Brasília (0,73%). No entanto, o preço médio do aluguel residencial em Belo Horizonte ainda é um dos mais baixos entre as capitais, atrás de Fortaleza (R$ 17,21/m²), Goiânia (R$ 18,29/m²) e Curitiba (R$ 21,84/m²).
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O Índice FipeZAP também revela que, no acumulado do ano, o aumento do preço médio do aluguel residencial foi de 2,11% e de 3,84% na variação em 12 meses. A pesquisa analisou um total de 8.586 anúncios.
No entanto, apesar dos avanços verificados no preço médio do aluguel residencial em Belo Horizonte, o coordenador do FipeZAP, Eduardo Zylberstajn chama a atenção para o fato de que, nos últimos 12 meses, o aumento de preços ficou abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“Apesar do aumento de mais de 3% nos últimos 12 meses, os preços do aluguel ainda estão subindo abaixo da inflação (pelo IPCA) – ou seja, temos queda real nos preços de locação residencial. O mercado ainda sente os efeitos da pandemia e muitas famílias acabam optando por trocar de imóvel, eventualmente até de cidade, na hora de renovar o contrato – com a impossibilidade de sair de casa que muitos enfrentam, faz menos sentido pagar caro para morar bem localizado”, diz ele.
Nesse cenário, acrescenta Zylberstajn, “algumas cidades mais periféricas, como São José (SC) e o ABC em São Paulo, têm exibido grande aumento nos preços – justamente porque muita gente acabou optando por trocar (ao menos temporariamente) seu lugar de moradia. As grandes capitais, em geral, têm visto os preços recuarem nominalmente (caso de São Paulo) ou pelo menos em termos reais (caso de Belo Horizonte)”, afirma.
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Os dados do Índice FipeZAP também mostram que o bairro Belvedere foi o que apresentou o preço médio do aluguel residencial mais elevado (R$ 42,08/m²). Posteriormente vêm Savassi (R$ 37,05/m²), Funcionários (R$ 32,68/m²), Santo Agostinho (R$ 31,62/m²) e Lourdes (R$ 30,48/m²).
Já no que diz respeito aos menores preços médios de aluguel residencial em Belo Horizonte, o bairro João Pinheiro registrou o mais baixo (R$ 12,82/m²), seguido por Araguaia (R$ 13,47/m²), Santa Terezinha (R$ 13,55/m²), Diamante (R$ 14,14/m²) e Rio Branco (R$ 14,24/m²).
Normalização dos preços do aluguel residencial
A pandemia da Covid-19 gerou os mais diferentes reflexos em variados setores e não foi diferente com o imobiliário. Os seguidos fechamentos e reaberturas das atividades econômicas produziram alguns resultados que só deverão ser modificados quando tudo voltar ao normal.
“Em relação ao valor do aluguel, o mercado só deve se normalizar quando a economia de fato iniciar o processo de reabertura sustentável e definitiva”, afirma Zylberstajn.