Preço do GNV será congelado por 90 dias pela Gasmig

5 de março de 2021 às 0h26

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A companhia de gás mineira afirmou ainda que, ao final do período, fará nova avaliação e pode renovar decisão | Crédito: Divulgação

A Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) vai congelar o preço do gás natural veicular (GNV) por 90 dias. A fixação do preço ocorre em um momento de alta nos valores dos demais combustíveis, após vários reajustes feitos pela Petrobras nos primeiros dois meses do ano.

Em Minas Gerais, de acordo com os dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço do gás natural apresentou variação positiva de 4,7% no primeiro bimestre, porém ficou abaixo do reajuste da gasolina, que foi de 13,7%, e do etanol, que acumula elevação de 16,2%.

Mesmo com os reajustes nos primeiros meses, os preços do GNV em Minas Gerais continuam mais competitivos que os dos demais combustíveis. O metro cúbico do GNV encerrou fevereiro cotado, em média, a R$ 3,38, enquanto o valor praticado no início de janeiro era de R$ 3,23. Com isso, o reajuste no período foi de 4,7% no primeiro bimestre, menor que os vistos na gasolina e no etanol.

Em fevereiro, o preço médio no início do mês estava em R$ 3,34 por metro cúbico de GNV e encerrou em R$ 3,38, diferença de apenas 1,19%. No mesmo período, o reajuste na gasolina foi de 8,43% e no etanol, de 20,21%.

De acordo com a Gasmig, o preço médio do metro cúbico do GNV em Belo Horizonte e na região metropolitana é de R$ 3,40. Valor abaixo do praticado com o litro do etanol, que é negociado em uma média de R$ 4,12, além do litro da gasolina, com média de R$ 5,57.

O congelamento do preço do GNV tem como objetivo estimular a conversão de veículos. “Com o congelamento, queremos estimular que mais consumidores invistam na conversão dos veículos para o GNV. Em Minas Gerais, ainda temos um potencial muito grande para crescer. Há alguns anos, a conversão dos veículos era maior, mas foi prejudicada pela política de intervenção do governo nos preços dos combustíveis da Petrobras, o que comprometeu a competitividade do GNV. Agora, queremos reconquistar a confiança do consumidor. Além disso, resolvemos fazer algo diferente, já que estamos vivendo em um momento de alta dos combustíveis e do custo de vida”, explicou o presidente da Gasmig, Pedro Magalhães.

Ainda segundo Magalhães, no final dos 90 dias de congelamento dos preços do GNV, que começou a valer dia 3 de março, haverá nova avaliação e existe a possibilidade de ampliar o período.

Minas Gerais tem hoje cerca de 30 mil veículos movidos a gás, número que fica abaixo dos 40 mil registrados no Espírito Santo, dos cerca de 1 milhão no Rio de Janeiro e atrás também de São Paulo, que tem uma frota em torno de 700 mil veículos convertidos. “Minas está atrás de vários estados e queremos mudar isso. Acho que o momento é ideal para estimular a conversão”.

Benefícios

Além dos preços mais acessíveis, outra vantagem do GNV é o rendimento superior. Ao abastecer com R$ 50 de GNV, é possível rodar, em média, 200 quilômetros, distância bastante superior aos 96 quilômetros alcançados com R$ 50 de gasolina e aos 92 quilômetros com o etanol.

Com a vantagem competitiva, a tendência é de que haja maior conversão dos veículos para o GNV no Estado.

Outro fator que deve estimular a conversão foi a decisão do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que, em janeiro, sancionou a Lei 23.762/21, que dá isenção do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), no ano da compra, para os carros movidos a gás natural e fabricados em território mineiro. Em Minas Gerais, existe um potencial de aumentar a frota desse tipo de carro em pelo menos 10 mil veículos em 2021.

“Estamos com um projeto, que será discutido junto ao governo de Minas, para reduzir o ICMS incidente no GNV. Também estamos estudando a possibilidade de isenção do IPVA. O que será muito importante para estimular a conversão dos veículos para o gás”, completou.

Defasagem em preço do diesel dobra no País

Rio de Janeiro – A defasagem do preço do diesel no Brasil ante valores internacionais dobrou ontem, após um salto do preço do petróleo no exterior, ampliando pressão sobre a Petrobras por novos reajustes, segundo cálculos de associação que representa importadores.

O diesel precisaria de um aumento de 8%, ou R$ 0,22 por litro, na quarta-feira, para que fosse alcançada a paridade de importação, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que apontava, até quarta-feira, defasagem de 4% para o derivado de petróleo.

Já a gasolina precisaria de uma alta de 11%, ou R$ 0,22 por litro, para atingir a paridade, versus defasagem anterior de 8%.

A alta de preços do petróleo ocorreu após produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados concordarem em estender a maioria dos cortes na produção até abril, avaliando que a recuperação da demanda da pandemia ainda é frágil.

“Com a decisão da Opep, tomada em reunião realizada hoje (ontem), de manter os cortes na produção e oferta de petróleo, os preços das commodities subiram em torno de 3%, aumentando as defasagens dos preços no mercado nacional”, disse o presidente da Abicom, Sérgio Araújo.

“Com isto, é esperado para amanhã um novo anúncio de aumento nos preços do diesel e da gasolina”.

O petróleo Brent, referência internacional, fechou em alta de 4,17%, a US$ 66,74 por barril, enquanto o petróleo nos EUA subiu 4,16%, a US$ 63,83 por barril.

A atual política de preços de combustíveis da Petrobras tem como premissa acompanhar a paridade de importação, com cálculos que consideram os valores do petróleo, câmbio, dentre outros indicadores.

A mais recente escalada dos preços do petróleo no exterior – e o repasse de valores pela Petrobras para os produtos vendidos às distribuidoras – terminou por causar atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da estatal, Roberto Castello Branco.

Bolsonaro resolveu, no mês passado, que não renovaria o contrato de Castello Branco, que terá fim em 20 de março.

Política de preços – A Petrobras tem afirmado que segue suas fórmulas de paridade de importação para a definição de seus preços. A empresa leva em conta ainda custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias, e já sinalizou que alguns players não têm a mesma competitividade.

Embora os preços dos combustíveis no Brasil não sejam influenciados somente pelos reajustes da Petrobras – é preciso considerar também tributos e misturas de etanol e biodiesel -, os valores nos postos estão firmes.

O preço médio da gasolina nos postos de combustíveis do Brasil terminou o mês de fevereiro no maior patamar em mais de um ano, rompendo a barreira dos R$ 5 por litro, enquanto o valor do diesel bateu a marca de R$ 4, disse a empresa de meios de pagamento eletrônico ValeCard ontem. (Reuters)

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