Produção das indústrias de MG retoma patamar pré-pandemia

10 de fevereiro de 2021 às 0h29

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Das 12 atividades pesquisadas, Minas apurou alta em nove na comparação com dezembro do ano de 2019 | Crédito: LEO LARA

Com patamares pré-pandemia recuperados, a produção industrial de Minas Gerais avançou 3,1% em dezembro de 2020 na comparação com o mês anterior, na série com ajuste sazonal. O resultado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra a manutenção da atividade econômica após a retomada das atividades que foram paralisadas devido à pandemia da Covid-19.

Entre os meses de janeiro a dezembro de 2020, frente a igual período do ano anterior, o indicador registrou queda de 3,2%. A supervisora de pesquisas econômicas em Minas Gerais do IBGE, Claudia Pinelli, considera que, no geral, os dados são positivos e explica que o indicador acumulado ainda apresenta recuo devido ao maior impacto da paralisação da produção durante o trimestre de março, abril e maio.

“Foram meses em que o desempenho da atividade sofreu uma queda muito grande e ainda há esse impacto no acumulado. Já recuperamos o patamar de abril, pré-pandemia, mas no acumulado ainda percebemos o efeito desses meses nos quais houve a paralisação das atividades”, afirma.

Também como reflexo de melhoria no desempenho da atividade econômica, a taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, apontou maior dinamismo se comparada aos índices de novembro de 2020, passando de -5,6% para -3,2%, o que aponta uma diminuição das perdas.

Atividades – Entre as 12 atividades divulgadas, Minas apresentou avanço em nove na comparação com dezembro do ano anterior. A fabricação de máquinas e equipamentos registrou maior aumento (136,6%), sugerindo investimentos e melhorias na produção.

Após alguns resultados negativos, a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias teve avanço de 68,3% no período, apontado para a recuperação da atividade. A fabricação de celulose, papel e produtos de papel (62,2%), fabricação de produtos têxteis (38,7%) e indústria extrativa (22%) também apresentaram aumentos em dezembro de 2020.

Segundo os indicadores do IBGE, somente a atividade de fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis apresentou recuo de 0,3% no Estado.

“Os dados estão favoráveis, principalmente porque algumas atividades como a indústria extrativa, que teve resultados negativos, têm apresentado indicadores positivos e bem robustos, ajudando a manter o nível da indústria geral nesse patamar elevado como o do mês de dezembro”, diz Claudia Pinelli.

Para a supervisora de pesquisas econômicas em Minas Gerais do IBGE, o momento ainda é de incertezas tanto em relação à pandemia quanto às questões políticas. Por isso, ela avalia que ainda é preciso aguardar os próximos meses para observar como será a evolução da produção industrial e fazer projeções para a atividade.

Reparação por tragédia pode ajudar economia de MG

Juliana Siqueira

Os R$ 37,68 bilhões que serão pagos pela mineradora Vale ao Estado, como forma de compensação pelos danos ocasionados pelo rompimento da barragem em Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), serão de grande importância para atrair investimentos e gerar mais competitividade para as empresas aqui instaladas. Quem afirma é o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, que destaca, ainda, a relevância da reparação por parte do setor produtivo à sociedade.

No último dia 4 de fevereiro, a mineradora e o Estado assinaram um acordo na sexta audiência realizada entre as partes. O governo de Minas ressaltou que se trata do “maior acordo de Medidas de Reparação em termos financeiros e com participação do Poder Público já firmado na América Latina” e “um dos maiores do mundo”.

O presidente da Fiemg lembra que vários investimentos serão feitos com esse montante, como o do Rodoanel, que deve receber aportes de R$ 4,95 bilhões, junto a melhorias no metrô da capital mineira e recuperação de estradas e pontes. Só aí, lembra Roscoe, já há geração de emprego e renda com as obras. Mas os benefícios vão além, de acordo com ele.

“A parcela gasta em infraestrutura vai possibilitar a atração de investimentos, vai permitir a vinda de empresas para o Estado e tornar as empresas aqui mais competitivas. Haverá um legado dessa infraestrutura para toda a dimensão econômica”, diz ele.

Para o presidente da Fiemg, haverá a possibilidade, inclusive, de as empresas se instalarem às margens do Rodoanel. De acordo com ele, será possível um “florescimento da atividade econômica à margem do Rodoanel. Isso expande os limites da região metropolitana”, diz. “Há uma série de áreas que hoje não têm condições de estar incorporadas ao segmento econômico e passarão a ter”, salienta.

Os investimentos que serão feitos com o dinheiro do acordo bilionário também envolvem a melhoria nos serviços públicos com aportes de R$ 4,37 bilhões e, inclusive, melhorias de hospitais, e também investimentos em saneamento básico. Este último integra o valor destinado à reparação socioambiental integral, que receberá R$ 6,55 bilhões. Segundo Roscoe, tudo isso também é muito importante. “Isso cria condições para receber mais empresas. O Estado se torna mais atrativo”, avalia.

Mais investimentos – A distribuição do dinheiro do acordo firmado entre a Vale e o governo de Minas também inclui R$ 9,17 bilhões para o Programa de Transferência de Renda para o atendimento da Demanda Direta dos Atingidos. Os investimentos socioeconômicos na bacia do Paraopeba somam R$ 4,7 bilhões e em segurança hídrica, R$ 2,05 bilhões.

O termo de Medidas de Reparação assinado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) garante que a Vale será responsabilizada de forma imediata pelos danos provenientes do rompimento da barragem.

No dia do acordo, o governador do Estado, Romeu Zema (Novo), ressaltou: “Não podemos mudar o passado, mas podemos fazer um futuro melhor. É exatamente isso que estamos concretizando aqui nesse momento com a ajuda de todas as instituições”, disse ele.

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