Produção de aço bruto tem um recuo de 6,7% no Brasil

16 de dezembro de 2020 às 0h15

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Usinas brasileiras produziram 28,1 milhões de toneladas de aço bruto no acumulado entre janeiro e novembro deste ano | Crédito: REUTERS/Alexandre Mota

A produção brasileira de aço bruto foi de 28,1 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a novembro de 2020, o que representa uma queda de 6,7% frente ao mesmo período do ano anterior. O balanço do setor foi divulgado ontem pelo Instituto Aço Brasil (Aço Brasil).

A produção de laminados no mesmo período foi de 19,6 milhões de toneladas, queda de 6,8% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2019. A produção de semiacabados para vendas totalizou 7,2 milhões de toneladas de janeiro a novembro de 2020, uma retração de 9,7% na mesma base de comparação.

As vendas internas foram de 17,4 milhões de toneladas de janeiro a novembro de 2020, o que representa uma alta de 0,3% quando comparada com o apurado em igual período do ano anterior.

O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 19,2 milhões de toneladas no acumulado até novembro de 2020. Este resultado representa uma queda de 1,2% frente ao registrado no mesmo período de 2019.

As importações alcançaram 1,8 milhão de toneladas no acumulado até novembro de 2020, uma retração de 18,4% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 1,9 bilhão e recuaram 16,3% no mesmo período de comparação.

As exportações atingiram 10,0 milhões de toneladas, ou US$ 4,9 bilhões, de janeiro a novembro de 2020. Esses valores representam, respectivamente, retração de 15,4% e 27,6% na comparação com o mesmo período de 2019.

Mensal – Em novembro de 2020, a produção brasileira de aço bruto foi de 3,0 milhões de toneladas, um aumento de 11,2% frente ao apurado no mesmo mês de 2019. Já a produção de laminados foi de 1,9 milhão de toneladas, 9,6% superior à registrada em novembro de 2019. A produção de semiacabados para vendas foi de 709 mil toneladas, uma queda de 9,6% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2019.

As vendas internas avançaram 12,9% frente ao apurado em novembro de 2019 e atingiram 1,8 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,0 milhões de toneladas, 16,1% superior ao apurado no mesmo período de 2019.

As exportações de novembro foram de 514 mil toneladas, ou US$ 299 milhões, o que resultou em queda de 52,8% e 45,1%, respectivamente, na comparação com o mesmo mês de 2019.

As importações de novembro de 2020 foram de 199 mil toneladas e US$ 195 milhões, uma alta de 55,3% em volume e 24,6% em valor na comparação com o registrado em novembro de 2019.

Análise – Em nota, o presidente do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, destaca os efeitos da pandemia na produção do setor este ano, uma vez que segmentos consumidores chegaram a paralisar as operações no primeiro semestre. Porém, ele destaca a retomada das operações das usinas.

“Hoje, a utilização da capacidade instalada é de 68,9% e já ultrapassou a de janeiro deste ano, não havendo por parte das empresas associadas ao Instituto Aço Brasil problemas no abastecimento do mercado interno, prioridade absoluta do setor”, disse.

De acordo com ele, os problemas de abastecimento apontados na imprensa por alguns segmentos de consumo referem-se à reposição de estoques e estão localizados no segmento da distribuição do aço e não nas usinas produtoras associadas ao Aço Brasil.

Ainda segundo Lopes, a vigorosa recuperação do mercado interno permitiu que as estimativas do instituto para este ano sejam de relativa estabilidade em relação a 2019, com as vendas internas apresentando um crescimento de 0,5% e atingindo 18,9 milhões de toneladas; e o consumo aparente uma queda de apenas 1%, devendo atingir 20,8 milhões de toneladas.

No tocante à produção, a indústria brasileira do aço deve decrescer 5,6%, atingindo 30,7 milhões de toneladas este ano.

Distribuidoras estimam crescer até 10% em 2021

São Paulo – O setor de distribuição de aços planos espera crescimento de 8% a 10% nas vendas no próximo ano, impulsionado nos primeiros meses do ano por um ainda lento processo de recuperação de estoques, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), divulgados ontem.

No acumulado de janeiro a novembro deste ano, as vendas do setor responsável por cerca de um terço do consumo de aço nacional mostram alta de 6% ante mesmo período de 2019, para 3,33 milhões de toneladas.

Em novembro, as vendas dos distribuidores subiram 15,8% na comparação anual e recuaram 8,7% frente a outubro, para 339,4 mil toneladas, informou o Inda.

O setor terminou novembro com estoque de 630,4 mil toneladas, suficiente para apenas 1,9 mês de comercialização e a situação tem incentivado os distribuidores a fazerem importações para entregas de material no início de 2021, disse o presidente do Inda, Carlos Loureiro.

“Nosso estoque normal seria no mínimo de 2,5 meses”, disse Loureiro. “Tem umas 200 mil toneladas de material que estamos pedindo e que não foram entregues pelas usinas”, acrescentou, citando problemas de oferta de aço pelas siderúrgicas nacionais.

“Se não conseguirmos repor estoques…no primeiro trimestre o setor vai ter problemas porque não vai ter o que vender”, disse o presidente do Inda.

Por conta da situação, ele afirmou que existem muitos pedidos de importação de laminados a frio e zincados para entrega em dezembro, janeiro e fevereiro, o que deve elevar na cadeia a participação de volume de material produzido no exterior. “Vai crescer bastante…e poderá acontecer alguns casos de (importações de) laminados a quente”, afirmou Loureiro.

Questionado sobre o cenário de preços de aço cobrado pelas usinas, Loureiro disse que há rumores de eventual novo reajuste em janeiro. As siderúrgicas do Brasil têm elevado preços em até mais de 40% em alguns tipos de ligas desde meados do ano, causando queixas do setor industrial.

Os produtores alegam que sofrem incrementos de preços de insumos como minério de ferro, aliados à volatilidade do câmbio, por isso não podem deixar de repassar os reajustes. (Reuters)

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