Setor de óleo e gás se posiciona para transição energética nos próximos anos

Companhias também têm se posicionado para a entrega de projetos que vão além do ramo de petróleo

20 de fevereiro de 2023 às 8h00

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Fornecedores do setor de óleo e gás serão parte importante da transição energética no Brasil | Crédito: Agustin Marcarian/Reuters

Rio de Janeiro – Os fornecedores do setor de óleo e gás serão parte importante da transição energética no Brasil, com a entrega de soluções que reduzem emissões e aumentam a eficiência das petroleiras, disseram representantes da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro).

Tais companhias também têm se posicionado para a entrega de projetos que vão além do setor de petróleo, enquanto as próprias produtoras da commodity se apresentam agora como empresas de energia de forma mais ampla e com iniciativas voltadas para a eletrificação. “Não existe dilema sobre se produz petróleo ou reduz emissões, a indústria de petróleo é componente importantíssimo para a transição energética”, disse o diretor-presidente da Abespetro, Rodrigo Ribeiro, que representa mais de 40 companhias de serviços no Brasil, como Baker Hughes, Halliburton, Modec e Maersk.

Ribeiro pontuou ainda que a indústria de petróleo é importante geradora de divisas para a redução da pobreza no Brasil e para contribuir com o desenvolvimento do país rumo à transição energética. Mas para isso o Brasil precisa acertar nas políticas públicas que vierem a ser realizadas para gerar emprego e renda no segmento, destacou o secretário-executivo da Abespetro, Telmo Ghiorzi.

“Não estamos mais na mesma fase de anos atrás, onde sempre haveria uma nova oportunidade”, disse Ghiorzi, destacando que a transição energética global irá encurtar as oportunidades para produzir petróleo e as petroleiras estão apostando suas últimas fichas nos países mais competitivos.

Para isso, o Brasil precisa ser um produtor de petróleo com baixos custos e emissões, com ambiente atrativo para investimentos, segundo a Abespetro.

Regras antigas como exigências de conteúdo local muito rígidas e punitivas para a indústria petroleira não seriam bem-vindas nesse momento, disse Ribeiro. “Apostamos no passado em regras rígidas de conteúdo local e isso não deu certo. Não queremos 100% de conteúdo local e zero de atividade”, pontuou.

Ghiorzi ressaltou que, se for para buscar aprimorar as atuais regras de conteúdo local, um bom caminho seria premiar os projetos que conseguirem percentuais mais altos.

Na avaliação dos representantes da Abespetro, o Brasil precisa entender as suas competências para fornecer serviços e equipamentos em volume, com qualidade e celeridade. Ghiorzi citou que o Brasil é um grande produtor de equipamentos submarinos, por exemplo, juntamente com Estados Unidos, Noruega e Malásia. Já do lado de fabricação de plataformas de óleo e gás, o Brasil não se mostrou bem-sucedido nos últimos anos, frisou. Para ele, o Brasil também precisa estar preparado para ser um fornecedor eficiente para a transição energética. “Nós vamos falhar se daqui a 10 anos formos um grande produtor de energia a partir do hidrogênio verde, mas precisarmos importar os equipamentos para essa atividade”, disse o secretário-executivo.

Os executivos da Abespetro também defenderam o avanço da exploração na Margem Equatorial, onde grandes petroleiras têm enfrentado há anos dificuldades para realizar atividades na região, com características geológicas que mostram semelhanças com vizinhos como Suriname e Guiana, onde grandes descobertas foram realizadas. (Reuters)

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