Tensão comercial e Bolsonaro guiam alta do dólar, que supera marca de R$ 3,80

23 de janeiro de 2019 às 0h01

São Paulo – O dólar avançou ante o real ontem e fechou acima de R$ 3,80, após notícias de recuo nas negociações comerciais entre Estados Unidos (EUA) e China e com a ausência de informações sobre a reforma da Previdência no discurso do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

O dólar avançou 1,25%, a R$ 3,8057 na venda. Na máxima da sessão, a moeda chegou a R$ 3,8098. Na mínima, registrou patamar de R$ 3,7461. O dólar futuro operava com alta de cerca de 1,5%.

Após ter acelerado a leve alta que vinha mantendo durante a sessão com a abertura de Wall Street, a moeda norte-americana ganhou ritmo novamente no fim da sessão, após um aumento na tensão nas relações comerciais entre EUA e China.

Segundo noticiou o Financial Times, citando fontes, os EUA recusaram uma oferta chinesa para uma reunião preparatória de comércio antes das negociações de alto nível marcadas para a próxima semana.

“Temos os relatos dos EUA de que as conversas com a China estão em uma situação mais difícil. É um recuo do que vinha tendo, coloca uma ducha de água fria nas expectativas do mercado”, disse o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto.

Bolsonaro – Investidores que aguardavam ansiosos a fala de Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, em busca de pistas sobre a reforma da Previdência, acabaram se frustrando um pouco com a participação do presidente.

“O mercado estava na expectativa de que falasse (sobre Previdência), não que desse detalhes, mas que desse um direcionamento, grande ou pequeno, alguma informação importante. Alguma coisa poderia ter falado”, afirmou o operador de câmbio Jefferson Laatus, sócio da LAATUS Educacional.

Em um discurso breve e genérico, Bolsonaro disse que seu governo tem credibilidade “para fazer as reformas de que precisamos e que o mundo espera de nós”, mas não entrou em detalhes.

Na ausência de novidades sobre a Previdência, o mercado passou a olhar para o exterior. Nos Estados Unidos, os mercados acionários operavam em queda por temores renovados de uma desaceleração no crescimento global.

Na segunda-feira (21), o Fundo Monetário Internacional cortou suas previsões de crescimento global para 2019 e 2020, citando fraqueza na Europa e em alguns mercados emergentes, além de tensões comerciais.

Também a China informou que registrou em 2018 a taxa de crescimento mais lenta em 28 anos, o que coloca o país sob pressão para atuar com novas medidas de estímulo.

O Banco Central vendeu na sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Dessa forma, rolou US$ 10,05 bilhões do total de US$ 13,398 bilhões que vencem em fevereiro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral. (Reuters)

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