• Buscar
  • Versão Impressa
  • DC Publicidade Legal
  • FAZER LOGIN
Assine

COTAÇÃO DE 16/06/2022

DÓLAR COMERCIAL

COMPRA: R$5,0260

VENDA: R$5,0260

DÓLAR TURISMO

COMPRA: R$5,1200

VENDA: R$5,2470

EURO

COMPRA: R$5,3076

VENDA: R$5,3108

OURO NY

U$1.834,05

OURO BM&F (g)

R$299,43 (g)

BOVESPA

+0,73

POUPANÇA

0,6602%

OFERECIMENTO

Economia

Turismo vira alternativa de inserção do público LGBTQIA+ no mercado de trabalho

Empreendedorismo é saída para pessoas que não encontram portas abertas no mercado; turismo LGBTQIA+ é fomentado no País por meio de Câmara

COMPARTILHE

googlenews
  • Por Emelyn Vasques
  • Em 22 de junho de 2022 às 18:30
LGBTQIA , LGBTQIA+, - Crédito: Brielle French/Unsplash
Crédito: Brielle French/Unsplash

O Mês do Orgulho LGBTQIA+ é pensado para trazer reflexões sobre a realidade da minoria. As comemorações que marcam os 30 dias de junho, em todo o mundo, representam os clamores pela igualdade em direitos. Em pleno ano de 2022, no entanto, a diversidade não é o dia a dia da comunidade no mercado de trabalho e na política, por exemplo. 

E isso acontece mesmo em meio às tentativas de milhares de corporações para a implantação de uma pauta de diversidade, principalmente quando o tema ESG – sigla em inglês utilizada para se referir às práticas ambientais, sociais e de governança – chega em seu auge. 

PUBLICIDADE




De acordo com o CEO da consultoria de inclusão no ambiente de trabalho Mais Diversidade, Ricardo Sales, há cinco anos o tema da diversidade ganhou o meio empresarial. Contudo, mesmo com o reconhecimento da importância da agenda para a sociedade e o crescimento dos negócios, os caminhos ainda demandam esforços. 

“A população LGBTI+ ainda sofre com diversos tipos de preconceito, mas que incidem de forma diferente sobre cada identidade. Avançamos em relação ao ambiente de trabalho para lésbicas e gays, mas ainda temos um imenso desafio no que se refere à inclusão de pessoas trans”, afirma Sales.

Sales acrescenta que o ESG, nesse sentido, tem acelerado mudanças principalmente entre empresas de capital aberto. Isso porque essas instituições precisam prestar contas ao mercado em seus relatórios anuais.  

Empresas mais diversas são a porta de entrada para a inovação, criatividade e capacidade de atrair e reter talentos, conforme aponta o CEO da Mais Diversidade. Enquanto as dificuldades existem e a desigualdade ainda é tema de luta, o empreendedorismo cobre espaços que deveriam ser assegurados por políticas públicas.

PUBLICIDADE




“Muitas vezes, o empreendedorismo surge como única alternativa para as populações que estão à margem do mercado”, pondera Sales.

Crédito: Ricardo Sales/ CEO da Mais Diversidade
Crédito: Ricardo Sales/ CEO da Mais Diversidade

Empreendedorismo e a Câmara de Turismo LGBTQIA+

É justamente essa a constatação de Otávio Furtado, diretor de Turismo da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil. Para ele, o empreendedor da comunidade não cria um negócio por opção. Pelo contrário, muitas vezes, ele o faz pela falta de opção. 

“Isso acontece tanto porque ele não consegue emprego no mercado quanto porque ele não tem um plano de carreira. Às vezes, ele não ascende profissionalmente pelos preconceitos. E essa se torna a opção mais viável”, informa. 

Dada a importância do empreendedorismo, a Câmara do Comércio e Turismo LGBT do Brasil tem uma iniciativa de apoio à comunidade. Como explica Otávio Furtado, existe um cadastro nacional de empreendedores LGBT para que grandes corporações associadas à Câmara possam priorizar esses fornecedores em suas contratações. 

Esse fomento à contratação de fornecedores diversos e à visibilidade de Microempreendedores Individuais (MEI) e pequenas e médias empresas é o que faz a roda girar. Isso porque empresas desses portes são a maioria no meio. E são essas empresas também que costumam contratar mais funcionários que também estão na luta por direitos, sendo um deles o trabalho. 

Furtado conta que o papel da Câmara, que não tem fins lucrativos, é atuar na promoção de conhecimento, negócios e eventos relacionados ao tema. Especificamente sobre o turismo, a iniciativa tem acordo com o Ministério do Turismo, a nível federal, e outros órgãos oficiais. 

O objetivo é desenvolver o turismo LGBT, caracterizado pela atividade de qualquer pessoa da comunidade. Dessa forma, a expectativa é que o Brasil abrace a ideia de ter destinos inclusivos. Mas não só: de trazer também eventos, considerados grandes motores, para o público. 

Para se ter ideia da importância dos eventos, Otávio Furtado lembra que a Parada Gay em São Paulo é o terceiro maior evento a nível de movimentação de dinheiro. Em 2019, por exemplo, o evento contribuiu com a circulação de R$ 403 milhões. A realização da parada fica atrás apenas do Carnaval da capital paulista e da Virada Cultural. 

Outro ponto de referência válido para se destacar é que a Parada Gay está à frente da corrida de Fórmula 1, tradicionalmente realizada em Interlagos. 

Em Minas Gerais, o diretor de Turismo da Câmara afirma que os principais eventos considerados inclusivos para o público são a parada gay e o Carnaval. A diversidade dos blocos é o que contribui para a receptividade.

Otávio Furtado, diretor de turismo da Câmara do Comércio e do Turismo LGBT do Brasil ! Crédito: Acervo pessoal
Otávio Furtado, diretor de turismo da Câmara do Comércio e do Turismo LGBT do Brasil ! Crédito: Acervo pessoal

“Pink money” e economia da comunidade

O turismo praticado pelas pessoas da comunidade movimentou, em todo o mundo, a cifra de US$ 218 bilhões. Os dados, de 2019, ano quando a pandemia da Covid-19 não afetava os números, são da Consultoria Out Now, trazidos também por Otávio Furtado. 

Os dados revelam, ainda, que o Brasil é o segundo maior mercado, com a movimentação de US$ 63,1 bilhões, atrás apenas do mercado estadunidense. 

Um termo bastante utilizado quando a economia é movimentada pela comunidade LGBTQIA+ é o pink money. O dinheiro rosa, conforme tradução para o português, tem diversas definições. Mas o CEO da Mais Diversidade, Ricardo Sales, traz dois pontos fundamentais sobre o conceito.

“O termo pode tanto representar o potencial de consumo da população LGBTI+ quanto a utilização oportunista desta bandeira para promoção de produtos e serviços. De parte das empresas, é importante atentar a dois pontos: coerência e consistência. As ações devem dialogar com a prática interna da organização e precisam acontecer ao longo de todo ano, não apenas nas datas comemorativas”, explica Ricardo Sales.

A voz LGBTQIA+ na política 

Assim como faltam oportunidades no mercado de trabalho, falta representatividade na política. De acordo com um levantamento da organização #VoteLGBT, nas eleições municipais de 2020, de 556 candidaturas de pessoas que se identificam dentro da comunidade, 97 delas foram eleitas. 

Nas eleições de 2018, foram 57 candidaturas à Câmara Federal, com 4 candidaturas eleitas; 96 em Assembleias Legislativas estaduais, sendo 4 eleitas, e 4 candidaturas lançadas ao Senado, com apenas 1 eleita. 

Doutora e mestre em sociologia jurídica, a pesquisadora Evorah Campos e membro do #VoteLGBT afirma que a organização surgiu para dar visibilidade às candidaturas. Essa busca começou de forma artesanal, na internet, já que a Justiça Eleitoral ainda não solicita autodeclaração de identidade gênero e orientação sexual no momento de submissão das mesmas. 

A importância desse trabalho de visibilidade e de dados está ligado à necessidade de representação e representatividade de pessoas que querem atuar pelos direitos que a minoria necessita,  conforme aponta Evorah. 

“A política brasileira tem que ter a nossa cara. Nós existimos e precisamos ter representatividade. Precisamos que nossas pautas sejam defendidas nesses espaços de poder. Nós precisamos da representação, pela presença dos nossos corpos, e mais do que isso, da representividade”, afirma a pesquisadora.

Vale lembrar que a representatividade se dá pela atuação em benefício das causas da população daquela minoria. 

Essa necessidade se dá em torno, principalmente, da forma como o legislativo tem rejeitado as pautas da comunidade. Conforme lembra Evorah, todas as conquistas da população LGBTQIA+ são frutos de decisões feitas no âmbito do poder judiciário. 

“Isso é muito emblemático, é muito simbólico. Porque mostra que nós não existimos, e compete ao judiciário garantir que a Constituição seja cumprida”, afirma. Além disso, Evorah defende que o caminho no legislativo é importante para a criação de políticas públicas permanentes É comum, por exemplo, que haja ruptura em políticas em desenvolvimento quando há trocas no poder executivo, por exemplo. 

A preocupação neste ano, no entanto, é maior para a organização. O #VoteLGBT chama a atenção para o fato de que a reforma eleitoral pode ser desastrosa no sentido de que as candidaturas da comunidade podem não ser lançadas. Isso porque a reforma não estimula os partidos por meio de obrigatoriedade mínima. O preconizado é apenas a participação de 30% de mulheres nas candidaturas de partidos.

Dessa forma, ela afirma que há o risco de o Congresso brasileiro seguir com uma sobrerrepresentação de pessoas que não representam a sociedade brasileira. É o caso da maioria branca, cis, hétero e ligada às pautas do agronegócio e armamenticía.

DC Responde

O que é o turismo LGBTQIA+?

Mas, afinal, o que caracteriza o turismo como inclusivo para a população LGBTQIA+? Furtado afirma que o mais importante é garantir que toda a cadeia voltada ao turismo, como transporte, hospedagem e serviços, esteja pronta para receber a comunidade. O respeito às questões culturais e à diversidade é o que fará a diferença.

“Você chega num hotel. São dois homens. E aí? Como tratar esse turista? Uma pessoa trans que ainda não alterou a documentação, como você trata? Isso faz parte de adaptar o turismo para que ele seja inclusivo. Mas o destino só vai ser bom se ele for bom para a comunidade local. Se ele abraça a diversidade. A cidade tem que estar acostumada. Se for assim, já temos 90% do caminho andado”, explica Furtado. 

  • Tags: Economia
Ao comentar você concorda com os Termos de Uso. Os comentários não representam a opinião do portal Diário do Comércio. A responsabilidade sob qualquer informação divulgada é do autor da mensagem.

COMPARTILHE

Comunicar Erro

NEWSLETTER

Fique por dentro de tudo que acontece no cenário economico do Estado

CONTEÚDO RELACIONADO

O governo arrecadou R$ 156,822 bilhões em abril, conforme os dados da Receita Federal | Crédito: PILLAR PEDREIRA / AGÊNCIA SENADO

Projetos no Senado buscam correção na tabela do IRPF

  • Por Diário do Comércio
  • Em 1 de abril de 2021
Hospitais de Minas Gerais recebem EPIs doados pela Vale

Vale doa kits de testes rápidos para Covid-19 para hospitais mineiros que atendem pelo SUS

  • Por Vale
  • Em 22 de maio de 2020
Crédito: Dirceu Aurélio/Imprensa MG

Brumadinho: região atingida terá obra iniciada na MG-060 e novos editais

  • Por Diário do Comércio
  • Em 30 de junho de 2022
Prefeitura de Ibirité

Ibirité cria projeto de lei para implementar gratuidade no transporte público local

  • Por Emelyn Vasques
  • Em 30 de junho de 2022
Selo Painel Contábil

Conselho de Contabilidade: função, constituição e benefícios para a profissão contábil e a sociedade

  • Por Diário do Comércio
  • Em 30 de junho de 2022

OUTROS CONTEÚDOS

Facebook Twitter Youtube Instagram Telegram Linkedin

Sobre nós

Diário do Comércio: veículo especializado em Economia, Gestão e Negócios de Minas Gerais, referência para empresários, executivos e profissionais liberais.

Fale Conosco: contato@diariodocomercio.com.br

© Diário do Comércio. Todos os direitos reservados.
O conteúdo deste site não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

TERMOS DE USO | POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Atendimento ao Leitor: (31) 3469-2001
De segunda a sexta-feira, das 08:00 às 17:00
Av. Américo Vespúcio, 1660 – Parque Riachuelo, Belo Horizonte – MG, CEP: 31230-250

Desenvolvido por Breno Ribeiro, Mara Bianchetti e Vitor Adler
Anterior
Próximo
  • Pesquisar
  • Ver artigos salvos
  • Movimento Minas 2032
  • Reformas por Minas
  • DC Publicidade Legal
  • CIEE
  • SME
  • Edição Impressa
  • Podcasts
  • Nossa História
  • Anuncie Conosco
  • Fale com a Redação
  • Expediente
  • Termos de Uso
  • Política de Privacidade

PRODUZIDO EM

MINAS GERAIS

COMPARTILHE

Comunicar erro

Identificou algo e gostaria de compartilhar com a nossa equipe?
Utilize o formulário abaixo!