Vale da Eletrônica enfrenta falta e atraso na entrega de insumos

10 de abril de 2021 às 0h30

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Os custos de produção das empresas do Vale da Eletrônica deram um salto com a alta nos preços dos insumos| Crédito: Divulgação

A pandemia de Covid-19 continua afetando o Vale da Eletrônica em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. A escassez de alguns insumos tem causado paradas pontuais e prejuízos ao setor.

Algumas fábricas do parque tecnológico chegaram a dar férias coletivas recentemente. Há demora na entrega, principalmente, de componentes importados. Nesse cenário, os preços das matérias-primas têm registrado alta. Em alguns casos, o aumento em um ano chega a 300%.

“A produção neste primeiro trimestre cresceu e a demanda ainda é grande. As indústrias estão fazendo de tudo para cumprir os prazos, mas o custo de produção está muito elevado”, informou o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto Souza Pinto.

Ele explicou que isso acontece porque a maior parte das fábricas trabalha com venda antecipada, ou seja, vende e depois produz. “As indústrias não estão conseguindo ter previsibilidade nos preços de custo. Elas repassam um valor para os clientes na hora da venda, com base no custo de fabricação naquele momento, mas com a rápida escalada de alta dos insumos e da logística, as empresas acabam gastando mais que o previsto pra produzir. Isso é muito preocupante”, ressaltou Souza Pinto.

Entre os insumos mais caros, Souza Pinto destaca a chapa de aço, o papelão e os granulados de injeção plástica. Esses últimos registraram alta de quase 300% nos últimos 12 meses. O custo com logística também tem aumentado.

Paralisações

A demora na entrega de matéria-prima, que vem sendo registrada desde o início da pandemia, também tem dificultado a vida dos fabricantes. A escassez de componentes importados, como semicondutores e chips, tem causado paradas pontuais em algumas empresas, semelhante ao que também acontece nas montadoras de veículos.

“Algumas fábricas precisaram dar férias coletivas por curtos períodos devido à falta de matéria-prima. São produtos que vêm na maior parte da Ásia, onde as fábricas pararam algumas vezes por causa da pandemia. Essas fábricas venderam todo o estoque e ainda não estão conseguindo equilibrar a oferta com a demanda mundial”.

O Vale da Eletrônica, que reúne cerca de 150 empresas e chega a representar quase 70% da produção nacional de software, hardware e firmware. O arranjo produtivo emprega quase 15 mil pessoas e tem um faturamento de R$ 3,2 bilhões.

Em janeiro, recebeu do governo do Estado o título de Parque Tecnológico Aberto, e passou a ser contemplado por benefícios fiscais, como financiamentos com taxas melhores, e por políticas públicas especiais.

O setor não registrou crescimento no ano passado. “Não cresceu, mas não houve desemprego. Usamos todos os benefícios e programas de apoio governamentais como redução de jornadas, entre outros. E o fato de termos um arranjo produtivo bastante organizado contribuiu para a manutenção dos postos de trabalho”, acrescentou.

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