Vale vai investir R$ 7,5 bilhões para desativar 9 barragens de rejeitos

11 de junho de 2019 às 0h18

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O caso da Vale é bastante emblemático. Por dez réis de mel coado fabulosos ativos da antiga e eficiente Vale do Rio Doce, maior empresa na área de extração de minério de ferro no mundo, foram transferidos para empresários privados - Crédito: Agência Vale

A Vale vai investir cerca de R$ 7,5 bilhões para acelerar o processo de descomissionamento de nove barragens de rejeitos de minério de ferro a montante localizadas em Minas Gerais. Desde o rompimento da barragem em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ocorrido em janeiro último, a mineradora anunciou a eliminação dos reservatórios dos subprodutos do beneficiamento do minério de ferro que usem o mesmo método de construção que as estruturas que se romperam.

Segundo a companhia, serão desativadas as estruturas localizadas nas unidades de Abóboras, Vargem Grande, Capitão do Mato e Tamanduá, no complexo Vargem Grande, e de Jangada, Fábrica, Segredo, João Pereira e Alto Bandeira, no complexo Paraopebas, todas em Minas Gerais.

Em comunicado, a empresa detalhou que duas barragens serão eliminadas em três anos; cinco serão transformadas no modelo a jusante, considerado mais seguro, antes do descomissionamento; e outras duas terão seu fator de segurança elevado dentro de três anos antes do encerramento e descaracterização definitiva do uso da estrutura.

Somente para este exercício, a Vale estima despesas de até R$ 800 milhões no processo de gerenciamento das barragens. Já para o ano seguinte estão previstos outros R$ 2 bilhões. Por fim, mais cerca de R$ 800 milhões serão aplicados nos próximos anos até o fim do descomissionamento.

No comunicado, o diretor-presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, admitiu que a empresa está passando por um momento crítico, mas que criou oportunidades para identificar e reafirmar as prioridades da companhia.

“A Vale também está comprometida em fortalecer seu pacto com a sociedade, no qual buscaremos entregar uma nova proposta de valor, atuando como um vetor para a criação de crescimento econômico nas comunidades onde operamos, indo além do simples pagamento de impostos e das ações de reparação. Planejamos buscar oportunidades para estabelecer parcerias e alianças para promover o desenvolvimento sustentável no território local”, garantiu.

Plano – Ainda conforme a empresa, o plano de descaracterização das barragens de minério de ferro a montante da Vale foi preparado em 2014, antes mesmo do rompimento da barragem de Fundão, em Bento Rodrigues. A mineradora e a BHP Billiton são acionistas da Samarco Mineração, dona do reservatório que encontrou em colapso no fim de 2015. O ocorrido afetou centenas de cidades mineiras e de outros estados, deixando 19 mortos e contaminando o rio Doce.

Em 2018, foram descaracterizadas 20 barragens, como exemplo: Barragem Athayde na mina de Capanema, Dique dos Ingleses na mina de Gongo Soco, Dique Pera na mina Del Rey, Barramento 10 – mina de S11D, Lavra Azul na mina de Fazendão.

No começo deste ano, porém, o rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, deixou 246 mortos e 24 desaparecidos.

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