Vendas da Vale têm queda de 20%

9 de maio de 2019 às 0h04

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Crédito: Ricardo Moraes/Reuters

Rio – As vendas de minério de ferro e pelotas da Vale caíram 20% no primeiro trimestre, ante mesmo período de 2018, em meio a paradas de produção decorrentes do desastre de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, efeitos de chuvas no Sistema Norte e mudanças gerenciais em estoques, apesar de forte alta na mina S11D. Em Minas, o ritmo de operação da mineradora caiu de forma signficativa.

Em relatório publicado ao mercado ontem, a mineradora informou que os volumes de vendas de minério e pelotas atingiram 67,7 milhões de toneladas entre janeiro e março, queda ainda de 30% na comparação com o quarto trimestre de 2018.

Já a produção de minério de ferro atingiu 72,87 milhões de toneladas, recuo de 11% na comparação anual e de 27,8% frente ao último trimestre de 2018.

A queda de produção poderia ter sido maior não fosse o aumento da produção no S11D, maior empreendimento da história da Vale, que registrou 17,99 milhões de toneladas, alta de 54% ante o mesmo período do ano passado e de 13,2% ante o quarto trimestre.

No entanto, as fortes chuvas em São Luís do Maranhão em março e abril afetaram os embarques no porto de Ponta da Madeira e o transporte ferroviário na Estrada de Ferro Carajás (EFC), impactando assim os volumes de produção no Sistema Norte como um todo, que subiu apenas 1% na comparação anual.

As vendas apenas de minério de ferro da companhia caíram 22,2% entre janeiro e março, em comparação com o primeiro trimestre de 2018, para 55,4 milhões de toneladas. O recuo frente ao trimestre anterior foi de 31,2%.

Já as vendas de pelotas somaram 12,314 milhões de toneladas no mesmo período, uma queda de 6,2% na comparação anual e redução de 23% ante o quarto trimestre.

Impacto no Estado – O desdobramento do rompimento da barragem em Brumadinho reduziu fortemente a produção em Minas Gerais.

No Sistema Sudeste, que inclui operações da Vale em Itabira, Minas Centrais e Mariana, a produção de minério de ferro somou 19,58 milhões de toneladas, uma queda de 11,9% ante o mesmo período do ano passado e um recuo de 26,2% em relação ao último trimestre de 2018.

Já no Sistema Sul, que inclui ativos de Paraopeba, Vargem Grande e Minas Itabirito, a produção somou 11,78 milhões de toneladas, uma queda de 36,4% ante o mesmo período do ano passado e um recuo de 43,9% em relação ao quarto trimestre.

Com o rompimento de barragem em Brumadinho, em 25 de janeiro, a produção de minério de ferro da Vale foi impactada por decisões da empresa de acelerar o descomissionamento de algumas estruturas consideradas mais perigosas e embargos judiciais em algumas operações.

A maior produtora global de minério de ferro reiterou a previsão de vender entre 307 milhões e 332 milhões de toneladas de minério e pelotas em 2019, reafirmando que a “expectativa atual é que as vendas fiquem entre o mínimo e o centro da faixa”.

Em meados de abril, a mineradora previa vendas em torno do centro daquela faixa, mas a companhia reviu a expectativa após uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, no início de maio, suspender novamente a produção na mina de Brucutu, maior operação de minério de ferro da empresa no Estado.

Antes do desastre, a Vale projetava vender 382 milhões de toneladas em 2019.

As vendas do primeiro trimestre também foram impactadas por novos procedimentos de gerenciamento do volume estocado nos portos chineses. A partir de agora, a empresa apenas reconhece a receita de minério vendido mediante a retirada de carga. Anteriormente, o reconhecimento era feito independentemente da retirada do produto pelo cliente. (Reuters)

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