Vinte e nove lojas fecham as portas no Mercado Central

15 de agosto de 2020 às 0h20

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Estimativas dão conta de que as vendas no Mercado Central de BH registram queda em torno de 30% | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

Nos últimos 30 dias, 29 lojas fecharam as portas definitivamente no tradicional Mercado Central de Belo Horizonte, na região central, que tem cerca de 400 unidades. A taxa de vacância, que antes da pandemia do Covid-19 não chegava a 2%, hoje já se encontra em 8%.

Os números relacionados às vendas e às visitas ao local e até mesmo a própria rotina diária nem de longe lembram o que o estabelecimento já foi um dia. “Depois de 91 anos, o Mercado fechou as portas aos domingos”, pontua o superintendente Luiz Carlos Braga.

As lojas que não resistiram à paralisação das atividades, explica o superintendente, em geral foram aquelas que não conseguiram arcar com os custos do aluguel. Nesse universo, estão unidades de utilidades domésticas, de itens para feijoada e de ervas e raízes, entre outras. “Elas já retiraram o estoque e encerraram o contrato de locação”, explica Braga.

Os demais negócios que não sucumbiram, inclusive as lojas mais antigas e tradicionais, em geral não são alugadas. Apesar de os proprietários não terem esse custo, precisam lidar com uma realidade também desafiadora. De acordo com Braga, as vendas estão, em média, em 20% a 30% menores do que eram antes.

“É uma situação muito delicada. Atualmente, recebemos de 3 mil a 4 mil clientes diariamente. Antes da pandemia, eram cerca de 31 mil pessoas por dia. Aos sábados, chegava-se a 58 mil. Hoje, não há diferença do sábado em relação aos outros dias”, ressalta o superintendente do Mercado Central.

À baixa frequência, relata ele, junta-se mais um fator: o controle de entrada. Atualmente, apenas 370 pessoas podem estar no Mercado Central ao mesmo tempo. Se antes oito portarias permaneciam abertas, hoje são três. Os clientes costumam aguardar de três a cinco minutos do lado de fora.

Há ainda a situação das lojas que não fecharam definitivamente, mas que também não podem abrir por enquanto. Entre elas estão os bares e restaurantes. Salões de beleza também vivem uma situação diferenciada: podem funcionar três vezes por semana, de acordo com a última decisão da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

Angústia – Diante de todo esse cenário, Braga destaca o sentimento de angústia. Além disso, alerta ele, vive-se um momento em que nem mesmo é possível fazer planos. “O que angustia é justamente isso: não se sabe como tudo vai terminar. Não se pode planejar nem uma semana para frente, tanto por causa da falta de cliente quanto por não saber o que vai acontecer, se os índices relacionados à pandemia vão mudar”, salienta.

Entretanto, o superintendente do Mercado Central lembra que essa é uma realidade vivida não só pelo estabelecimento, mas por todo o mundo. “A nossa expectativa é que tudo passe o mais rapidamente possível”, afirma Braga.

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