Dólar devolve quase toda queda em sessão

18 de fevereiro de 2020 às 0h05

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Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

São Paulo – O dólar começou a semana em alta ante o real, devolvendo quase toda a queda da sessão anterior e retomando nível perto de R$ 4,33, em dia sem a referência dos mercados norte-americanos, sem injeção de liquidez pelo Banco Central (BC) e com receios em torno de manifestação de caminhoneiros em Santos (SP).

“O mercado deve continuar à mercê das rápidas mudanças do humor no exterior, enquanto as atenções se voltam a Santos”, disse a Guide Investimentos em nota.

Caminhoneiros realizaram ontem uma manifestação de 24 horas na entrada do porto de Santos, o maior do Brasil. A assessoria de imprensa do porto afirmou que o movimento dos caminhoneiros afetou a descarga de produtos nas esteiras de granéis minerais, que usualmente transportam fertilizantes importados, na área do cais público.

O mercado ainda tem na memória a greve dos caminhoneiros de 2018. A paralisação de mais de dez dias só terminou após o governo atender a uma série de demandas, inclusive redução no preço do combustível, gerando elevado custo fiscal e impactando visivelmente a economia.

O dólar à vista fechou em alta de 0,66%, a R$ 4,3295 na venda. Na sexta-feira (14), a moeda havia recuado 0,79%. Na B3, o dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 0,69%, a R$ 4,3300.

Exterior – O real tinha o pior desempenho entre as principais moedas globais na sessão, em sessão na qual o Banco Central fez apenas a rolagem de 13 mil contratos de swap cambial.

Nos dois pregões anteriores, a moeda brasileira esteve na ponta positiva após o BC vender US$ 2 bilhões em contratos de swap cambial tradicional. A oferta líquida desses ativos – que, na prática, funcionam como injeção de liquidez no mercado – não ocorria desde agosto de 2018.

A alta do dólar aconteceu ainda com menor liquidez de investidores estrangeiros, mais à parte do mercado em uma segunda-feira sem negócios em Wall Street pelo feriado do Dia dos Presidentes.

B3 – O Ibovespa também fechou em alta ontem, tendo Magazine Luiza entre os destaques positivos após resultado trimestral, com o noticiário corporativo doméstico ocupando o foco das atenções em um pregão sem a referência de Wall Street.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,81%, a 115.309,08 pontos. O giro financeiro somou R$ 26,4 bilhões, ajudado pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações, de R$ 8,47 bilhões.

Medidas de liquidez na China também ajudaram na alta das ações, segundo o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, referindo-se à decisão do banco central chinês de cortar juros sobre empréstimos de médio prazo. A medida deve abrir caminho para redução na taxa primária de empréstimo na quinta-feira, conforme o país tenta reduzir os efeitos econômicos da epidemia de coronavírus.

“Isso significa liquidez no mercado chinês, que se espalha para outros mercados emergentes”, afirmou Arbetman, explicando que isso motiva investidores a tomar mais risco.

Ele, contudo, não vê fim da volatilidade nos negócios, citando que está cada vez mais difícil fazer previsões sobre o efeito do coronavírus no PIB da China no primeiro trimestre. (Reuters)

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