País registra superávit de US$ 868 mi

25 de abril de 2020 às 0h10

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Nos primeiros três meses deste ano, as transações correntes brasileiras tiveram déficit de US$ 15,242 bilhões, contra US$ 15,043 bilhões de igual intervalo em 2019 | Crédito: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas

Brasília – As contas externas registraram saldo positivo de US$ 868 milhões em março, informou, na sexta-feira (24), o Banco Central (BC). Em março do ano passado, houve déficit em transações correntes (contas externas) – que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países – de US$ 2,664 bilhões. É o primeiro superávit desde junho de 2017 (US$ 431 milhões).

“Na comparação com março de 2019, a mudança no sinal das transações correntes decorreu, principalmente, do recuo do déficit na renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) de US$ 2,7 bilhões. Também houve incremento de US$ 360 milhões no superávit da balança comercial de bens e redução no déficit na conta de serviços de US$ 569 milhões”, diz o BC, em relatório.

No primeiro trimestre, as contas externas registraram déficit de US$ 15,242 bilhões, contra US$ 15,043 bilhões em igual período de 2019.

O déficit em transações correntes nos 12 meses encerrados em março de 2020 somou US$ 49,651 bilhões (2,80% do Produto Interno Bruto), ante US$ 53,183 bilhões (2,96% do PIB) em fevereiro deste ano.

As exportações de bens totalizaram US$ 19,296 bilhões em março e as importações, US$ 15,108 bilhões, resultando no superávit comercial de US$ 4,189 bilhões. No primeiro trimestre, o superávit comercial chegou a US$ 3,636 bilhões, ante R$ 3,829 bilhões do mesmo período de 2019.

Serviços – O déficit na conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de investimentos, entre outros) atingiu US$ 1,779 bilhão em março, ante US$ 2,348 bilhões em março de 2019. No primeiro trimestre, o saldo negativo chegou a US$ 6,852 bilhões, ante US$ 7,544 bilhões de janeiro a março de 2019.

No caso das viagens internacionais, as receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil chegaram a US$ 385 milhões, enquanto as despesas de brasileiros no exterior ficaram em US$ 612 milhões. Com isso, a conta de viagens fechou o mês com déficit de US$ 227 milhões. No acumulado do ano até março, o saldo negativo é de US$ 1,486 bilhão.

Neste mês, até o dia 22, as receitas chegaram a US$ 93 milhões e despesas de US$ 172 milhões, com déficit de US$ 79 milhões.

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, as viagens internacionais sofrem efeito da pandemia de Covid-19.

“A pandemia de Covid-19 e as medidas para conter sua disseminação têm afetado a atividade econômica no mundo inteiro, em especial o turismo internacional. Essas medidas, de fato, impactam as receitas e as despesas da rubrica viagens internacionais. A desvalorização cambial torna mais cara a realização de despesas de brasileiros no exterior, tendendo a reduzir esses gastos”, disse.

Rendas – Em março de 2020, o déficit em renda primária chegou a US$ 1,637 bilhão, contra US$ 4,294 bilhões em igual período de 2019. No primeiro trimestre, o saldo negativo ficou em US$ 12,306 bilhões, ante US$ 15,246 bilhões em igual período do ano passado.

Rocha disse que a conta foi afetada pela redução nas despesas com pagamento de lucros e dividendos e gastos com juros. “O menor ritmo da atividade econômica influenciou o desempenho das empresas”.

Ele acrescentou que, no primeiro trimestre, houve redução de 9% nos gastos com juros, por influencia da evolução do estoque de dívida e das taxas de juros internacionais.

“Adicionalmente, a depreciação cambial (alta do dólar) contribuiu para reduzir o valor dos juros pagos em reais quando expressos em dólares”, afirmou.

A conta de renda secundária (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 95 milhões, contra US$ 149 milhões em março de 2019. No primeiro trimestre, chegou a US$ 279 milhões, contra US$ 190 milhões do trimestre anterior. (ABr)

Entrada líquida em IDP avança em março

Brasília – Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 7,621 bilhões em março, ante US$ 4,777 bilhões no mesmo mês de 2019. De acordo com o Banco Central (BC), o fluxo foi composto por ingressos líquidos de US$ 2,284 bilhões em participação no capital e de US$ 5,336 bilhões em operações intercompanhia.

No primeiro trimestre, o IDP chegou a US$ 19,235 bilhões, ante US$ 18,287 bilhões de janeiro a março de 2019.

Nos 12 meses encerrados em março de 2020, o IDP totalizou US$ 79,507 bilhões, correspondendo a 4,49% do PIB, em comparação a US$ 76,664 bilhões (4,27% do PIB) no mês anterior.

Quando o País registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo.

Em março, a saída líquida de investimento em carteira no mercado doméstico somou US$ 22,228 bilhões, contra US$ 204 milhões de saída líquida em igual período de 2019. No caso das ações e fundos de investimento, a saída totalizou US$ 7,604 bilhões. A saída líquida de títulos foi maior e chegou a US$ 14,624 bilhões.

No primeiro trimestre deste ano, houve saídas líquidas de US$ 24,135 bilhões nesses tipos de investimento, contra a entrada líquida de US$ 10,509 bilhões observada em igual período de 2019. (ABr)

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