Reforçar a Governança Corporativa é desafio

1 de maio de 2020 às 0h16

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Empresas que já possuem conselhos de administração ou consultivos, provavelmente, irão sair desta crise mais rápido, avalia Juliana Gonçalves | Crédito: Michelle Muls

Durante o período de 13 a 17 de abril, 100 empresas brasileiras participaram da Primeira Sondagem Latino-americana das Empresas Familiares em Tempos de Covid-19, realizado pelo Curiosity, entidade formada por um grupo de consultores de empresas familiares de diferentes países da América Latina e EUA, com o objetivo de entender como estes grupos econômicos estão reagindo a crise mundial de saúde.

Mais da metade das empresas latino-americanas, cerca de 51%, reduziu suas atividades e 66% estão sentindo os impactos negativos da crise e 21% já efetuaram demissões. Ao contrário da Argentina, Colômbia, Peru, México, Guatemala e Honduras, o Brasil é o país que menos está sendo impactado com o Covid-19. Veja:

• 38% reduziram suas atividades, sendo 45% no segmento de serviços;
• 30% continuaram no mesmo ritmo, sendo 77% no agronegócio e 50% no setor da construção;
• 25% reduziram a equipe, sendo 29% na indústria e mineração;
• 22% começaram a oferecer nossos serviços ou produtos; sendo 40% no setor de consumo;
• 13% paralisaram completamente suas atividades, sendo 27% no setor de consumo;
• 8% aumentam suas atividades, sendo 27% também no setor de consumo.

Diante do atual cenário de crise, a sobrevivência é o maior desafio de 66% das empresas latino-americanas, preocupadas em buscar maior eficiência financeira e organizacional e 88% das empresas aguardam novas fontes de financiamento ou incentivos do governo, principalmente no setor de consumo e construção. No Brasil, não seria diferente:

• 55% apontam a sobrevivência seu maior desafio; sendo 81% do setor da construção;
• 54% maior eficiência financeira; sendo 69% do setor de agronegócios;
• 45% melhorar a eficiência organizacional;
• 34% a transformação digital;
• 20% buscar novas formas de financiamento;
• 19% redesenhar seu modelo de negócios;
• 16% gestão de conhecimento e talento humano;
• 9% melhorar a dinâmica familiar.

No Brasil, diferentemente dos demais países que participaram desta sondagem, 51% das empresas tem como prioridade para superar a crise o reforço da governança corporativa; enquanto as empresas mexicanas indicam as ações com a família proprietária e o desenvolvimento de programas de capacitação das novas gerações.
No cenário latino-americano, 49% das empresas não tem Conselho de Administração; número muito maior no Brasil: 62% das empresas brasileiras não tem Conselho de Administração ou conselheiros externos. Entretanto; das 38% empresas brasileiras que tem o CAD, 30% apontam a importância dos conselheiros externos para tomarem decisões bem planejadas para enfrentar o momento atual.

Este trabalho mostra como as empresas familiares já têm consciência da importância de um conselho de administração, especialmente com a participação de conselheiros externos, para enfrentar as dificuldades que todas as empresas possuem.

O Conselho tem um papel fundamental para agregar valor a gestão do negócio, rever a estratégia e os rumos, ajustar rotas e cobrar resultados, alinhado com o contexto e com as expectativas dos acionistas.

“Empresas que já possuem conselhos de administração ou consultivos, provavelmente, irão sair desta crise mais rápido”, avalia a sócia da Kfamily business/Kienbaum, Juliana Gonçalves.

A família proprietária também é apontada como um grande desafio neste momento e crise. 46% das empresas do agronegócio apontam a preparação das novas gerações como prioridade e 39% o planejamento sucessório. Para o setor de consumo, 47% apontam o gerenciamento de novos conflitos familiares que porventura surgirão como consequência do Covid-19.

O Covid-19 também tem tido significado para as famílias empresários, que representam mais de 85% das empresas no mundo. Na América Latina, este é um momento de coesão e diálogo para a família proprietária. No Brasil, 64% acreditam que é um momento para reforçar a confiança no grupo de gestão da empresa, e 48% apontam que é o momento para fortalecer os valores familiares e 54%.

O maior legado do Covid-19, sem dúvida, é o desenvolvimento de soluções digitais. No contexto dos países da América latina, 43% das empresas estão agora focados em desenvolver soluções digitais, sobretudo no Brasil e na Colômbia.

No caso brasileiro, 29% se viu obrigada a correr atrás do prejuízo, sobretudo o setor de serviços, enquanto 53% já havia desenvolvido algumas ações, mas, com a crise Covid-19, está reforçando ações digitais. (Da Redação)

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