Doadores liberam US$ 500 mi para proteger florestas

24 de setembro de 2019 às 0h04

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Incêndio visto de longe na floresta amazônica no Estado do Amazonas Crédito: REUTERS/Bruno Kelly

Nações Unidas – Doadores internacionais concordaram ontem em liberar mais de US$ 500 milhões em ajuda para proteger florestas tropicais, incluindo a Amazônia, que em sofrendo com grande número de incêndios, disse o presidente da França em uma reunião na Organização das Nações Unidas (ONU) da qual o Brasil não comparecer.

A Amazônia brasileira está sofrendo o pior surto de incêndios florestais desde 2010, que chamou a atenção de líderes globais e provocou temores de que a destruição de partes da maior floresta tropical do mundo possa prejudicar a demanda por exportações do Brasil.
Em agosto, líderes dos países que formam o G7 ofereceram US$ 20 milhões em auxílio de emergência para ajudar a combater as chamas na Amazônia, um gesto que à época o Brasil criticou por ver como colonialista.

O presidente francês, Emmanuel Macron, havia pedido uma aliança mais abrangente para proteger florestas tropicais de todo o mundo, usando a Assembleia Geral da ONU como plataforma para angariar apoio.

França, Chile e Colômbia se reuniram em paralelo à reunião anual de líderes mundiais ontem, apesar da ausência do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, um cético da mudança climática que defende o desenvolvimento da região amazônica.

“Todos pensam ‘como vocês irão fazer sem o Brasil?’”, disse Macron durante um discurso. “O Brasil é bem-vindo, e acho que todos querem trabalhar com o Brasil… Ele virá, tem uma abordagem muito inclusiva.”

Macron reagiu às acusações de Bolsonaro de que Paris não tem nenhum papel a desempenhar, dizendo que a Guiana Francesa, um território francês da América do Sul, compartilha uma fronteira de mais de 700 quilômetros com o Brasil, o que a torna participante da proteção das florestas tropicais.

A França contribuirá com US$ 100 milhões dos US$ 500 milhões do pacote, segundo Macron. Alemanha, Reino Unido e a União Europeia também estão entre os doadores de investimentos na preservação da biodiversidade e do desenvolvimento duradouro.

“Deter o desmatamento e restaurar florestas degradadas são imperativos globais”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, que também discursou na Cúpula da Ação Climática ontem.

Acredita-se que muitos dos incêndios que varrem a Amazônia foram ateados deliberadamente no Brasil, e ambientalistas culpam especuladores que queimam a vegetação na esperança de vender terras para agricultores e pecuaristas.

A Amazônia é descrita com frequência como “os pulmões do mundo” por causa de sua capacidade enorme de absorver dióxido de carbono.

“Quando destruímos as florestas do mundo, levamos ainda mais espécies à extinção, diminuímos a capacidade da natureza de lidar com as mudanças climáticas e prejudicamos os meios de subsistência de milhões de pessoas”, disse o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

“O Reino Unido reconhece que estamos em um ponto de inflexão e que a ação agora é urgente e essencial”, acrescentou. (Reuters)

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