Rio de Janeiro – A força-tarefa da Operação Lava Jato deflagrou nova fase da operação, ontem, para cumprir três mandados de prisão como parte de investigação sobre contratos suspeitos da Transpetro, subsidiária da Petrobras, com o Grupo Estre que envolvem pagamentos de propina de, ao menos, R$ 22 milhões, informou o Ministério Público Federal do Paraná.
De acordo com o MPF, há suspeitas de irregularidades em 36 contratos fechados pela Transpetro com o Grupo Estre para serviços na área ambiental, reabilitação de dutos e construção naval, que totalizam mais de R$ 682 milhões entre 2008 e 2017.
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A Justiça Federal do Paraná expediu três mandados de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão a serem cumpridos em São Paulo contra suspeitos de envolvimento no esquema, que foi revelado pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em acordo de delação firmado com o MPF.
Entre os alvos dos mandados de prisão está Wilson Quintella Filho, acionista e ex-presidente de empresas do Grupo Estre, informaram as autoridades. Em nota, a Estre Ambiental informou que vem colaborando com a operação e permanecerá à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos necessários e colaborar com as investigações.
Alcance do esquema – Segundo o MPF, além dos R$ 22 milhões já identificados como pagamento de propina no âmbito do esquema, a atuação criminosa de Quintella e seu grupo possivelmente alcançou outras áreas, inclusive do sistema Petrobras.
“O colaborador (Sérgio Machado) revelou que ajustou com Wilson Quintella o pagamento de propinas de pelo menos 1% dos contratos firmados pelo Grupo Estre (Estre Ambiental, Pollydutos e Estaleiro Rio Tietê) com a estatal”, disse o MPF em comunicado.
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Segundo os procuradores, os depoimentos de Machado “encontraram corroboração em oitivas de testemunhas e em ampla prova documental”.
A Transpetro informou, em nota, que vem apurando denúncias de irregularidades em contratações da companhia envolvendo as empresas citadas na nova fase da Lava Jato e que todas as informações obtidas serão encaminhadas ao Ministério Público Federal e demais órgãos competentes.
“A Transpetro reitera que é vítima nestes processos e presta todo apoio necessário às investigações da Operação Lava Jato”, disse a empresa. (Reuters)