Com aporte de R$ 170 milhões apenas no primeiro semestre deste ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Minas Gerais desenvolve várias ações para a preservação ambiental da região e proteção dos animais silvestres do Estado. Investimentos em maquinário de última geração, qualidade em alimentação e manejo são alguns dos recursos implementados pelo órgão.
Neste mês, o Ibama em Minas e o Instituto de Pesquisa e Conservação (Waitá) assinaram um acordo de cooperação técnica com o objetivo de desenvolver atividades de conservação e preservação do meio ambiente.
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“Temos ainda a questão de resgate, reabilitação de animais silvestres da fauna brasileira, estudos de climatação e monitoramento dessas áreas”, explica a presidente da Waitá, Fernanda de Souza Sá.
Há dez anos, o Waitá trabalha junto ao Ibama em Minas e ao Instituto Estadual de Florestas (IEF), de maneira voluntária, com projetos de pesquisa, rede de monitoramento de florestas e centros de pesquisas para verificar áreas que possam ajudar no resgate de animais silvestres e também na preservação do Cerrado.
“Exercemos o trabalho voluntário além de colaborar com a pesquisa, o mapeamento de florestas e abrigos temporários e permanentes para aqueles animais que não tem mais condições de serem inseridos na natureza”, detalha Fernanda Sá.
Com o termo de cooperação, os trabalhos devem se estender ainda mais. Segundo a presidente do Waitá, a ideia é que novos programas de pesquisa e incentivo à proteção do meio ambiente em Minas sejam adotados neste período de dois anos.
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“Além de reforçar os trabalhos existentes, vamos dar continuidade a projetos de pesquisa de aves que estão em extinção do Cerrado mineiro, como é o caso do pássaro Bicudo, muito encontrado em cativeiro e que há mais de 80 anos não é visto na natureza. Atualmente, conseguimos encontrar uma espécie na região Leste de Minas. Agora, estamos monitorando como eles se comportam e sobrevivem. Por isso, projetos assim precisam de apoio”, disse a presidente do Waitá.
Fernanda de Souza Sá conta que muitos animais resgatados sofrem com a reintegração ao meio ambiente. “Grande parte desses animais é resgatada muito machucada, outros até morrem. Os que sobrevivem nem sempre conseguem voltar para o ambiente natural e precisam de abrigos de apoio”, reforça.
Auxílio
O analista ambiental do Ibama em Minas, Daniel Vilela, afirma que os acordos de cooperação auxiliam nos trabalhos de acolhimento dos animais que estão muito comprometidos no tratamento de resgate e inserção na natureza. “Com esse monitoramento feito pelo Waitá em identificar fazendas e viveiros apropriados para receberem esses animais, conseguiremos manter muitos deles em ambientes seguros, pois se fossem inseridos para as florestas morreriam de fome ou por outros predadores”, explica.
O analista do Ibama em Minas destaca ainda que os investimentos destinados ao Estado estão auxiliando na aquisição de novos equipamentos, além de projetos de pesquisa na área ambiental e na fauna. Outra forma de utilização dos recursos está na preservação das espécies.
“Com os recursos, nós podemos apoiar as pesquisas dos institutos que nos apoiam para que através de um trabalho conjunto consigamos identificar quais são as espécies que estão com risco de extinção e em quais regiões de Minas são mais adaptáveis”, salienta.