Atividade de coaching cresce no mundo em meio à Covid

13 de novembro de 2020 às 0h13

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Temos um forte compromisso com a qualificação dos coaches, afirma Marcus Baptista | Crédito: Pérola Dutra

O isolamento social, recomendado pela Organização Mundial da Saúde neste momento de pandemia do novo coronavírus, causa desafios emocionais e ressalta a importância da adaptação de mindset. O coaching, processo mental, criativo e instigante de mudanças comportamentais e valorização das competências pessoais e profissionais, prepara profissionais para o novo normal, com benefícios comprovados para muito além desta crise.

Uma demonstração da força dessa metodologia de desenvolvimento humano está não só nas celebrações em todo o País por conta do Dia Nacional do Coach (12/11), mas também em duas pesquisas globais da International Coaching Federation (ICF), instituição sem fins lucrativos e referência no avanço e profissionalização do setor no mundo. Os levantamentos realizados pela consultoria PwC revelam que a Covid-19 intensificou a busca dos coaches por treinamentos para melhores atendimentos aos clientes.

“O portfólio de pesquisa da ICF permite que a comunidade de coaches permaneça forte com novos conhecimentos sobre as tendências da indústria para informar suas decisões diárias. O estudo 2020 fornece uma visão importante sobre o tamanho e o escopo do mercado de coaching, bem como as oportunidades e obstáculos enfrentados por coaches, gerentes e líderes que usam habilidades de coaching”, diz o presidente da ICF, Marcus Baptista.

A indústria do setor chegou a movimentar US$ 2,8 bilhões no ano passado. Montante 21% superior ao identificado quatro anos atrás. O resultado financeiro desse mercado é 6,7% proveniente da América Latina e do Caribe, no qual está incluído o Brasil. Um incremento financeiro de 107% no periodo comparativo. Diferentemente da piscologia, cuja contribuição está muito alicerçada em equacionar questões do passado de cada indivíduo, o coaching tem foco no presente e nos objetivos futuros do cliente.

“O coaching é resultado de estudos, pesquisas, práticas e acompanhamentos do processo que estimula a autoconsciência e a responsabilidade dos indivíduos em aprimoramentos de ações e reações específicas. Trata-se de uma propositura bem embasada, criteriosa e que leva a uma evolução conforme a expertise, a habilidade e o compromisso do coache, bem como o grau de clareza, abertura, interesse e mobilização do cliente”, esclarece o presidente da ICF Brasil.

A pesquisa ICF/PwC está na 4ª edição – as versões anteriores vieram a público em 2007, 2012 e 2016. Ela ratifica o amplo interesse de executivos, gestores, líderes e profissionais em desenvolvimento para cargos de chefia na ampliação e aprimoramento de habilidades. Dinâmica intensificada com os reflexos econômicos da Covid-19.

O levantamento da ICF foi feito com coaches e dividido em duas partes. A primeira abordagem, o Estudo Global de Coaching, ocorreu de maio até dezembro de 2019, ocasião na qual participaram 22.457 respondentes, em 161 países. Após uma pausa por conta da disseminação do novo coronavírus, a segunda parte ganhou o nome Covid-19 e a Industria do Coaching. Este levantamento foi feito entre junho e julho deste ano, com 10.028 respondentes, em 140 países. Ambas aconteceram de forma on-line e em nove línguas. No Brasil, mais de 1 mil coaches participaram.

“A pesquisa da ICF em parceria com a PwC referenda, mais uma vez, o mercado do coaching como relevante instrumento do despertar de recursos internos nas pessoas, para que elas sejam protagonistas em seus objetivos e, portanto, mais bem-sucedidas e felizes. O estudo evidencia como os profissionais do setor estão imbuídos de responsabilidade, na qualificação e no respeito aos preceitos éticos”, argumenta o presidente da ICF Brasil, Marcus Baptista.

A ICF congrega atualmente 39 mil membros e tem presença em mais de 143 países – uma das seções está aqui, no Brasil. Trata-se da instituição gold standard para acreditação, certificação e disseminação do conhecimento, mobilizada em assegurar visibilidade e credibilidade à metodologia de desenvolvimento humano, bem como unir organizações do setor para a expansão da atividade no País.

Crescimento e qualificação – Segundo a pesquisa Covid-19 e a Indústria do Coaching, 95% dos coaches informaram ter 60 horas ou mais de treinamento. Dos respondentes, 85% consideram fundamental o credenciamento em instituições de alto padrão na disseminação de conhecimento e ética. Do total, 74% tem credencial ou certificação de organização profissional de coaching. Durante a pandemia, 48% deles investiram em novos cursos. Mais de 50% aumentaram os atendimentos pro bono neste momento.

“Temos um forte compromisso com a qualificação dos coaches e a valorização dos conceitos éticos de atuação. Nossa missão é contribuir de forma ímpar para o equilíbrio emocional, potencializar capacidades e maximizar resultados dos clientes, inclusive neste momento em que ambientes pessoais e de trabalho se misturam. Projetamos a aglutinação da classe, estimulamos a responsabilidade social e a promoção de uma sociedade melhor. E pretendemos progredir no debate público frente às tentativas de banalização do coaching”, afirma Marcus Baptista.

O estudo ICF/PwC frisa também que o coaching emerge como uma das forças de suporte em tempos de pandemia nos próximos meses. Na opinião dos coaches, 69% estão otimistas nesse sentido. Do total de pesquisados, 77% estão confiantes quanto à essa metodologia de desenvovilmento humano ter papel mais importante nas organizações no curto prazo.

O levantamento revela ainda que o apoio da tecnologia para as sessões, especialmente por meio dos softwares de vídeo pela internet, tem diminuído a sensação de isolamento social. Todos esses elementos revelam o grau elevado de seriedade e solidez do setor, no momento em que as pessoas e as instituições estão mais vulneráveis e precisam de acolhimento e apoio para maximizar resultados.

Profissão tem concentração de mulheres

Há cerca de 71 mil coaches no mundo, um aumento de 33% frente quatro anos antes, segundo a pesquisa ICF/PwC. O maior crescimento foi registrado na América Latina e Caribe, na qual o Brasil está inserido: 174%. O número de gerentes e lideranças corporativas que aplicam o coaching no dia a dia das empresas é de 15,9 mil, um aumento global de 46% em relação aos dados de quatro anos atrás. Sinal claro da presença e da evolução dessa metodologia em grandes organizações.

As pesquisas indicam que 70% se declaram mulheres. Do total pesquisado, 61% são da geração X, nascidos entre 1965 e 1981, portanto pessoas mais vividas. A remuneração média dos profissionais é de R$ 110 mil anuais na América Latina, considerando o valor do dólar no Brasil atualmente. A maioria deles presta serviços paralelos, como exemplo consultorias e treinamentos, o que permite a ampliação da renda. Contudo, os pesquisados relatam queda da remuneração neste período da Covid-19, em razão de orçamentos e investimentos mais restritos dos clientes.

A maior parte dos clientes dos coaches está entre 35 e 44 anos, o que representa 37% do total. Um público C-level e de profissionais em cargos de liderança e em desenvolvimento para posições estratégicas em grandes companhias –  61% são gerentes e líderes que têm no currículo especialização, mestrado ou doutorado.

Além da contratação pessoal, o coaching pode ser adquirido em caráter corporativo, individualizado ou em grupo. A área de Recursos Humanos, principal contratante, busca geralmente suporte à transformação cultural, a um clima organizacional positivo, à percepção e orgulho quanto à marca empregadora e à manutenção do foco dos colaboradores no propósito organizacional.

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