Asta pode fazer rotas extintas do Voe Minas
3 de outubro de 2019 às 0h13
Minas Gerais poderá sediar uma nova empresa de transporte aéreo de passageiros com foco em voos regionais: a Asta, que tem sede em Cuiabá, no Mato Grosso. Por meio de uma articulação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede), a empresa está sondando o mercado mineiro e pode assumir os voos que foram encerrados com o fim do programa Voe Minas em 30 de junho deste ano. As negociações são para que a operação seja pelo Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Especializada no transporte de passageiros, a Asta se posiciona como uma linha aérea complementar a grandes companhias do setor. Hoje, a Asta opera no Mato Grosso em parceria com a Azul, realizando voos entre Cuiabá e cidades do interior do Estado. As aeronaves utilizadas são do modelo Cesnar Grand Carvan e comportam nove passageiros.
O diretor comercial da Asta, Fabiano Oliveira, afirma que a demanda por voos regionais é real em vários estados do País, inclusive em Minas Gerais, onde ele enxerga grande potencial.
“É um Estado com grande extensão, muitas áreas dedicadas ao agronegócio e estradas que não são boas. Além disso, o Estado perdeu o programa Voe Minas, que atendia essa demanda de transporte aéreo regional, então abriu espaço para a operação de empresas como a nossa”, afirma.
O diretor deixa claro que a proposta da Asta é totalmente diferente do programa do governo, pois se trata de uma operação privada e sem subsídio do Estado.
“O que há é muito apoio do governo e a garantia de desconto do ICMS sobre o combustível, mas nada além disso”, afirma. O executivo afirma que ainda não é possível falar sobre investimento, geração de empregos e nem quantidade de cidades ou rotas, pois a empresa ainda está em fase de sondagem do mercado.
Segundo ele, a expectativa é de que a empresa comece a operar em Minas Gerais em parceria com a Azul e com, pelo menos, duas aeronaves do mesmo modelo que já usam no Mato Grosso. Segundo ele, cada uma delas custa US$ 2,5 milhões, o que significa um investimento de R$ 20 milhões só em aviões. Além disso, a empresa ainda investiria em escritório, equipe e em um centro de manutenção.
De acordo com o secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais,
Adriano Chaves, há uma articulação interna para que a empresa opere no Estado com aeronaves maiores – de até 30 lugares. Para isso, uma proposta de financiamento será apresentada ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). O secretário não revelou o valor que será pleiteado.
Chaves afirma que algumas opções de localização para implantação do escritório e do centro de manutenção já foram apresentadas à empresa. São cidades no entorno do aeroporto, como Confins, Pedro Leopoldo e Lagoa Santa, mas ainda não há definição em relação a isso. De acordo com o secretário, a BH Airport, concessionária que administra o aeroporto, já se comprometeu a conceder à Asta isenção de taxas de aeroporto por um período de dois anos.
“A operação da Asta vai resgatar a conexão entre importantes cidades no interior do Estado e Belo Horizonte. Além disso, vai fortalecer a operação do Aeroporto de Confins e intensificar voos interestaduais e internacionais. Isso porque, se não há conexão com a capital mineira, as pessoas acabam voando por São Paulo ou Rio de Janeiro, e nós perdemos passageiros. Quanto mais pessoas voando por Confins, mais voos teremos e mais chance de sermos procurados pelas empresas de trading, o que vai aumentar o movimento de exportação e importação de carga valor agregado”, afirma.