Mineira Pão & Companhia volta a crescer no Brasil

7 de setembro de 2019 às 0h18

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O diretor da franquia e filho do fundador, Heitor Valadão, lembra que o esforço de recomeçar é uma constante na história da marca - Crédito: Divulgação

Farinha, leite, ovos e açúcar. Foi com esses ingredientes [básicos] que, há 37 anos, um casal de empreendedores mineiros transformou um negócio de família em uma importante franquia no País: a Pão & Companhia. O que eles não imaginavam era que a receita de sucesso não viria apenas do sabor do pão, mas de uma jornada cheia de reinvenção e recomeços.

Hoje, a franquia tem 34 lojas espalhadas em 12 cidades no Brasil e segue em um plano de reestruturação, o que deve fortalecer a marca e ampliar o número de unidades. Mas, antes disso, o negócio enfrentou desafios, como uma mudança drástica de conceito na década de 90, resistência e saída de franqueados e, em 2007, uma de suas maiores perdas: a morte do fundador, Hélio Valadão.

O atual diretor da franquia e filho do fundador, Heitor Valadão, lembra que o esforço de recomeçar é uma constante na história da marca. Ele explica que o negócio surgiu como uma padaria de conveniência: as unidades vendiam produtos próprios, mas também de terceiros. Com o Plano Real, em 1994, o fundador da franquia entendeu que não fazia mais sentido comercializar produtos que não eram fabricados nas padarias.

“Enquanto a inflação era alta, os produtos de conveniência e de terceiros vendiam bem e com lucro, pois o preço podia aumentar. Mas, com a estabilização da economia, o cenário mudou. Os supermercados tinham preços melhores e, nas nossas unidades, os produtos acabavam ficando na prateleira”, explica.

Redefinição – A venda de conveniência foi trocada por outra oferta: o café servido à mesa. No livro sobre sua própria história, Hélio Valadão escreveu sobre esse momento: “Tiramos as gôndolas e entramos com as mesas da cafeteria. Recomeçamos!”.

A mudança não foi encarada positivamente por muitos franqueados, que acabaram deixando a marca, fazendo com que a rede diminuísse. Em seu livro, o fundador afirma que chegou a assinar 85 contratos de franquia, entre 1987 a 1996. Mas, desses todos, apenas 12 permaneceram até o ano em que ele escreveu sua história, em 2006.

Heitor Valadão afirma que a decisão do pai acabou sendo uma reviravolta para a franquia, que ganhou notoriedade por seu conceito de produção própria. Hoje, a Pão & Companhia tem 400 receitas exclusivas e todos os seus produtos são feitos sem aditivos químicos e com fermentação natural.

“Inclusive o pão francês – item com maior saída – passa pelo processo de fermentação natural, que dura quase oito horas”, diz.

Novo desafio – O diretor afirma que a marca viveu momento de crescimento por muitos anos, mas a morte do fundador, em 2007, acabou trazendo novos desafios para o negócio.

“Estávamos sem cabeça, ficamos muito perdidos e, por isso, resolvemos ter cautela. Isso durou 10 anos: foi um tempo sem captação de novos franqueados e estávamos apenas atendendo a demanda”, relata.

O diretor explica que foi nessa época que a franquia perdeu controle dos franqueados e passou abrir exceções nos padrões para satisfazê-los.

“Foi um período difícil, porque as franquias ficaram independentes demais e os empreendedores já não queriam seguir os padrões”, lembra. A confiança dos franqueados na marca também havia caído.

E foi diante desse cenário, que o empreendedor resgatou a cultura do recomeço na Pão & Companhia. Há cerca de dois anos, ele começou um projeto de reestruturação da marca e dos processos para formatação das franquias. Cerca de R$ 300 mil foram investidos em consultoria e em processos para “organizar a casa”, o que incluiu reestruturação de processos e campanhas para fortalecimento da marca.

“A ideia é facilitar a chegada de novos franqueados, pois até então o processo tinha algumas amarras, que impedia a implementação ágil de novas unidades. Também estamos reavaliando os processos de auditoria e assistência técnica nas unidades”, detalha.

Valadão afirma que o principal objetivo dessa reorganização é o fortalecimento da marca, mas ele acredita que o crescimento em unidades será conseqüência natural.

“Não temos pressa em relação a novas franquias. Nosso mercado é complexo e o franqueado precisa de tempo para se adequar ao padrão. Mas, é claro que essa reestruturação dos processos fará a rede crescer”, diz.

Segundo ele, a meta é abrir duas a três unidades por ano. Das 34 franquias existentes hoje, quatro estão em Belo Horizonte, todas na região Centro-Sul. O diretor afirma que há uma unidade em implementação em Niterói, no Rio de Janeiro, de forma que a marca deve encerrar o ano com 35 lojas.

“O que aprendi nesses últimos anos é que as regras e o padrão devem existir. Por outro lado, não dá para engessar o negócio porque o Brasil é muito diverso. A questão é: rever padrões é possível, desde que eles não contrariem seus valores, que no nosso caso é o pão saudável, sem aditivos”, conclui.

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