WDC estima faturamento de R$ 100 mi

17 de novembro de 2020 às 0h19

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Em abril, a WDC Networks implantou uma fábrica de geradores de energia solar em Extrema, no Sul de Minas | Crédito: Divulgação

O mercado de energias renováveis, um dos segmentos com melhor desempenho mesmo diante do cenário adverso causado pelo novo coronavírus, tem se tornado opção para diferentes empresas. Com fábrica de geradores de energia solar inaugurada em abril, em Extrema, no Sul do Estado, a WDC Networks, distribuidora de soluções tecnológicas, por exemplo, prevê um faturamento de cerca de R$ 100 milhões nessa unidade de negócio.

A entrada da empresa no mercado de geração distribuída de energia elétrica, produzindo kits de geração doméstica e profissional de energia solar, ocorreu em função da forte expansão do setor nos últimos anos em todo o mundo e também no Brasil, explicou o CEO da WDC Networks, Vanderlei Rigatieri.

Ele destacou que essa expansão está relacionada a vários fatores, como a redução das contas de energia com o uso da tecnologia fotovoltaica, a possibilidade de o consumidor produzir sua própria energia e respeitar o meio ambiente com uma fonte renovável e limpa, e o fato de ser um investimento em um ativo que pode durar mais de 25 anos.

Segundo estimativas da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil teve um salto de 44% na capacidade instalada de energia solar em 2019, o que levou o País à marca de 3,3 gigawatts em operação.

“A pandemia, no fundo, trouxe uma consciência mais ecológica para o brasileiro e para o resto do mundo. As pessoas começaram a repensar comportamentos e visar mais a saúde, o bem-estar e até o futuro do planeta. Neste cenário, evidenciou-se também a questão da energia solar como opção consciente para o consumidor. E, nisto, estamos vendo um movimento muito forte de pessoas fazendo investimentos para aplicar o modelo, seja no ambiente doméstico ou empresarial, porque além de ser ecologicamente correto também é muito bom do ponto de vista econômico”, argumentou.

Rigatieri: em outubro sofremos com a logística internacional | Crédito: Diego Rodarte/Divulgação

Fábrica – Dessa forma, a WDC investiu mais de R$ 5 milhões em estrutura logística, laboratórios e contratações e instalou uma unidade produtiva de 4 mil metros quadrados de área em Extrema, com o objetivo de atender as mais de 12 mil revendas, integradores e EPCs em todo o Brasil.

A escolha da cidade, conforme o executivo, se deu por uma série de fatores, entre os quais a localização privilegiada e a proximidade com São Paulo. Além disso, segundo ele, também contou a favor a administração pública local.

“Casou tudo perfeitamente. A cidade é muito bem estruturada e desenvolvida, por isso tem recebido tantos aportes. E também encontramos um galpão cuja construção ainda estava em andamento e pudemos fazer todas as adaptações necessárias para nossas operações”, detalhou.

Em relação ao desempenho, Rigatieri confirmou a projeção de R$ 100 milhões em vendas já neste primeiro exercício e disse que as principais demandas têm vindo do Centro-Oeste e de estados do Norte do País. Por outro lado, ele revelou a dificuldade na compra de alguns insumos, assim como outras áreas no mercado brasileiro.

“Em outubro sofremos com a logística internacional. A demanda aumentou no mundo inteiro e uma das principais fornecedoras dos componentes pegou fogo, na China. Mas esperamos que isso se estabilize agora em novembro”, afirmou, em referência aos kits, cujos módulos são importados e a montagem ocorre na unidade geradora de Minas Gerais.

Ele destacou, por fim, que cada kit é montado de acordo com a demanda e o perfil do cliente. Para isso, a WDC faz o cálculo da área a ser atendida e apresenta o projeto que, uma vez aprovado, dá origem ao kit comercializado pela empresa.

Energisa e Alsol conectam duas usinas

A Alsol Energias Renováveis, empresa do Grupo Energisa, inaugurou ontem (16) duas usinas solares fotovoltaicas nos municípios de Iraí de Minas (Alto Paranaíba) e Piumhi (Centro-Oeste), ambos em Minas Gerais. Essas unidades possuem 6.480 mil placas fotovoltaicas cada e, juntas, geram energia suficiente para abastecer 6 mil residências. Com essas duas novas plantas, a Alsol soma R$ 100 milhões investidos em novas usinas no Estado, ajudando a consolidar Minas Gerais na liderança nacional em geração solar fotovoltaica.

O investimento representa desenvolvimento sustentável para a região. Estima-se que os dois parques, somados aos quatro erguidos este ano em Uberlândia (Jardim II, Capim Branco III, Santa Rosa e Granja Marileusa I), evitarão a emissão de aproximadamente 2.930 mil toneladas de CO2 por ano, o equivalente ao plantio de mais de 11.730 árvores ao ano. Somadas, as seis usinas possuem capacidade de geração de aproximadamente 26 MWp (megawtt pico) – o consumo de 26 mil residências.

Para o vice-presidente de Geração, Transmissão e Serviços da Energisa, Geraldo Mota, a energia está transformando o futuro da sociedade, e o Grupo Energisa está pronto para servir às novas demandas. “Investimos em soluções em diferentes segmentos da energia que atendem a diversos tipos de clientes, sempre mesclando tecnologias a fim de aplicar na prática o conceito de energia 4.0, o que se vê nesses novos projetos”, afirma o executivo, explicando que o conceito engloba geração por fontes renováveis, de forma distribuída, com armazenamento por baterias, eficiência energética e internet das coisas (IoT) integrados com a mobilidade elétrica.

O fundador e diretor de tecnologia da Alsol, Gustavo Malagoli Buiatti, conta que a planta de Iraí de Minas levará benefícios à rede elétrica local. “A UFV fica ao lado da principal subestação da rede de distribuição de energia da cidade, muito próxima a uma cooperativa agrícola, que é um grande consumidor. Assim, nosso projeto contribui para um melhor fornecimento de energia na região”, explica Buiatti. A Alsol também doou uma usina solar fotovoltaica ao Centro Educacional Infantil Municipal e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em Iraí, como parte do projeto Alsolcial.

Agronegócio – A Alsol desenvolveu em uma fazenda do Grupo Fienile, também em Iraí de Minas, um projeto inovador. Na propriedade foi construída um sistema fotovoltaico com geração solar e armazenamento de energia em baterias que abastece um sistema de iluminação artificial via LEDs de alta potência acoplados a um pivô de irrigação.

“Com a energia armazenada, é possível manter ligadas de forma estável as lâmpadas que simulam a luz do sol durante à noite ou em ocasiões com baixa disponibilidade de luz natural, o que estimula a fotossíntese nas plantas e seu desenvolvimento, ajudando a aumentar a produtividade das lavouras em até 50%”, explica Buiatti.

A Energisa está ampliando a oferta de soluções energéticas inovadoras para o agronegócio, combinando sua expertise em eficiência energética, comercialização de energia renovável certificada, geração de energia renovável a partir de resíduos orgânicos, geração de energia solar, microgrids, digitalização de plantas industriais e mobilidade elétrica. “A Energisa tem o propósito de liderar a transição energética no país a partir da inovação tecnologia e da oferta de soluções centradas na necessidade de clientes que estejam buscando aderir aos padrões ambientais, sociais e governança mais elevados”, declara o presidente do Grupo Energisa, Ricardo Botelho.

A energia gerada por essas duas novas fazendas solares é consumida, principalmente, por micro, pequenas e médias empresas de segmentos como comércio e serviços. Neste modelo da Alsol, que realiza todos os investimentos e comercializa as cotas de energia solar, e as MPMEs podem ter descontos de aproximadamente 20% na fatura de energia.

País atinge 4 GW de potência instalada

A energia solar acaba de atingir a marca histórica de 4 gigawatts (GW) de potência instalada em telhados e fachadas de residências, comércios, indústrias, produtores rurais, prédios públicos e em pequenos terrenos no Brasil.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o País possui atualmente mais de 330 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, em cerca de 5 mil municípios, trazendo economia e sustentabilidade ambiental para mais de 411 mil unidades consumidoras.

São mais de R$ 19,4 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, que geraram mais 120 mil empregos acumulados no período, espalhados ao redor de todas as regiões do Brasil.

Segundo a Absolar, a tecnologia solar fotovoltaica está presente em mais de 5 mil municípios e em todos os estados brasileiros, sendo que os líderes em potência instalada são, respectivamente: Minas Gerais (772,2 MW), São Paulo (504,7 MW), Rio Grande do Sul (502,7 MW), Mato Grosso (284,7 MW) e Paraná (276,9 MW).

A fonte solar fotovoltaica, baseada na conversão direta da radiação solar em energia elétrica de forma renovável, limpa e sustentável, lidera com folga o segmento de microgeração e minigeração distribuída, com mais de 99,9% das instalações do País.

Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 72,7% do total de conexões. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (17,4%), consumidores rurais (6,9%), indústrias (2,5%), poder público (0,4%) e outros tipos, como serviços públicos (0,03%) e iluminação pública (0,01%).

Em potência instalada, os consumidores dos setores de comércio e serviços lideram o uso da energia solar fotovoltaica, com 38,7% da potência instalada no País, seguidos de perto por consumidores residenciais (38,0%), consumidores rurais (13,1%), indústrias (8,8%), poder público (1,2%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,02%).

Para o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, a energia solar fotovoltaica agrega inúmeros benefícios sociais, econômicos e ambientais para o progresso do Brasil. “Dentre eles, estão a redução de gastos com energia elétrica, atração de investimentos, a geração de empregos locais de qualidade, a redução de impactos ao meio ambiente, a redução de perdas elétricas na rede nacional, a postergação de investimentos em transmissão e distribuição e o alívio do sistema elétrico em horários de alta demanda diurna, como nos meses de verão”, destaca.

O presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, ressalta que, nos últimos sete anos, a geração solar distribuída teve um crescimento médio de 231% ao ano no Brasil. “Esse desenvolvimento traz benefícios para quem tem e para quem não tem solar em casa. Segundo nossos cálculos, desde 2012, a geração de energia solar nos telhados e pequenos terrenos viabilizou uma economia de mais de R$ 4,7 bilhões no bolso dos consumidores, recursos que foram reinjetados na economia local. Isso acontece pela liberação de renda – dinheiro economizado na conta de luz de quem possui sistema solar e usado por este consumidor na compra de outros produtos, na sua região”, conclui.

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