EDITORIAL | Amazônia faz lembrar pré-sal

13 de setembro de 2019 às 0h02

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Crédito: Divulgação

Já tocamos no assunto – e não apenas agora – mas ele é tão importante que nunca será demais ocupar este espaço com ideias, opiniões e, sobretudo, propostas que mereçam consideração. Nosso olhar, ou nossas palavras, está voltado para a Amazônia, que está no centro do interesse global a partir de notícias sobre o recrudescimento de queimadas, com óbvios prejuízos para a vegetação e fauna local, ainda que não diretamente para a floresta.

Aqui também parece válido repetir que existe muita ambição e pouca virtude, com a realidade desfocada exatamente para facilitar movimentos que absolutamente não são aqueles que dizem respeito ao interesse nacional.

Em primeiro lugar e definitivamente, a Amazônia, exatamente a parte que se estende pelo território nacional, está sob soberania brasileira e ponto final. Não há o que discutir, muito menos aceitar que qualquer foro internacional possa fazê-lo com um mínimo de legitimidade. Da mesma forma que é preciso apagar a ideia falsa de que a região seja o “pulmão do mundo” ou que seja legítimo perpetuar a pobreza dos que lá vivem, indígenas ou não, para que seja preservado uma espécie de playground mundial, artifício para esconder suas riquezas, mantidas como uma espécie de reserva para o futuro do mundo rico.

O atual governo, no que pese às vezes parecer tão desastrado, age corretamente ao defender a Amazônia, lembrando que sua preservação não poderá ser feita à custa da miséria da população local, defendendo uma exploração racional e cuidadosa de suas riquezas. É o que deve ser feito, sendo mais que nunca oportuna a antiga ideia de que é preciso “integrar para não entregar”. Só chama atenção, conforme também já foi apontado neste espaço, que outra questão igualmente de maior importância e que guarda semelhanças evidentes seja tratada de forma diferente, sem a exaltação que tomou conta dos debates sobre a Amazônia, a partir do governo central.

Estamos falando, e é preciso lembrar dele também, do pré-sal, de reservas petrolíferas situadas, comprovadamente, entre as maiores do mundo, e que o mesmo governo que tanto defende a Amazônia considera perfeitamente natural, necessário até, vender. Algo que pode significar transferir ao controle estrangeiro, em área ainda mais sensível da política e da economia global, riquezas que fatalmente condicionarão o futuro do País, para o bem ou para o mal.

Cabe esperar, cabe acreditar, que a consciência surgida em torno da defesa da Amazônia por analogia desperte a maioria dos brasileiros para a necessidade, que não é menor, de também defender nossas reservas de petróleo, que aliás podem estar também na floresta, ao Norte, na região que faz fronteira com a Venezuela.

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