Bolsa bate recorde: hora de vender ou ainda dá tempo de entrar?

31 de dezembro de 2019 às 0h01

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Crédito: Paulo Whitaker/Reuters

GUSTAVO VAZ

O mercado de bolsa de valores ainda é muito jovem para os investidores brasileiros, mas vem despertando cada vez mais o interesse das pessoas. Na maioria dos casos, esse impulso se deve ao fato de as pessoas estarem buscando alcançar maiores retornos em um menor período de tempo, e também em razão dos atuais juros no Brasil, que estão nos menores patamares da história. Isso tudo, por sua vez, faz com que não seja mais possível rentabilizar os investimentos com títulos pós-fixados da mesma maneira em que anos anteriores.

Com a taxa referencial de juros do Brasil (Selic) a 4,5% ao ano – podendo ser diminuída nos próximos anos –, e a taxa de inflação nos patamares de 3% ao ano, o juro real pago para investimentos que possuem maior segurança está próximo de 1,5% ao ano. Isto significa que se um investidor aplicar dez mil reais do seu dinheiro em um produto, que pague algo próximo da taxa Selic citada acima, o mesmo receberá no final do ano, aproximadamente, apenas cento e cinquenta reais acima da inflação.

Entretanto, mesmo que a bolsa seja um mercado para se buscar mais retorno do que os investimentos de baixo risco, a sua imprevisibilidade pode fazer com que o investidor fique na dúvida quanto ao melhor momento para entrar nesse mercado.

As empresas negociadas na Bolsa sofrem a influência de vários tipos de situações. As notícias, por exemplo, acabam aflorando os sentimentos no curto prazo, trazendo euforia e desespero na tomada de decisão. Decisões políticas e a expectativa de novos projetos a serem lançados são outros fatores que fazem com que o preço das ações oscile em determinados momentos. Estes movimentos são chamados de especulação.

No entanto, muitos investidores ficam presos ao raciocínio de curto prazo, tentando encontrar o ponto exato de entrada na bolsa de valores ou mesmo procurando comprar ações com os menores preços possíveis, para tentar vende-las por valores mais altos e assim realizar os seus lucros. Isso faz com que muitas pessoas caiam na armadilha de tentar prever o futuro. Esse pensamento transforma a bolsa em um jogo de apostas, o que de fato, no final, não é o que ela representa.

As ações da bolsa de valores são a elite das empresas brasileiras, ou seja, as líderes de seus setores. E como em qualquer empresa, caso seus planejamentos estratégicos venham a dar certo, os resultados previstos são os lucros acumulados no período e o crescimento da organização. Este desenvolvimento então é refletido inexoravelmente nos preços das ações, mesmo existindo algum grau de especulação sobre elas. Isto significa que as empresas da Bolsa podem ser comparadas a pessoas comuns. Durante toda a vida de um ser humano ocorrem mudanças de curto prazo, como um braço quebrado ou uma promoção no trabalho, mas no final, o que realmente traz “resultados” para cada indivíduo são seus valores éticos e competências.

Olhando agora para o cenário econômico brasileiro e seu direcionamento, é possível perceber uma mudança surpreendentemente positiva. O foco em eficiência fiscal, privatizações, federalização e desburocratização do País – demonstrado nas reformas pautadas para os próximos anos – em conjunto com uma inflação controlada e juros baixos, têm aumentado, significativamente, a capacidade empresarial de geração de valor para a sociedade, e isto será refletido então nas expectativas da bolsa de valores.

Desta maneira, mesmo que a Bolsa tenha alcançado um novo recorde, as empresas que estão presentes por lá ainda possuem um espaço enorme de crescimento. Isto significa que a janela de oportunidade para a entrada na Bolsa ainda continua aberta e permanecerá assim por muito mais tempo. E aqueles que ficarem de fora terão que se contentar com os baixos rendimentos de produtos mais seguros.

*Assessor de investimentos na Atrio Investimentos

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