EDITORIAL | Pausa para comemorar

12 de março de 2021 às 0h23

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Crédito: Divulgação

Em tempos de emoções fortes e turbulência constante, as boas notícias costumam ficar em segundo plano. Como no caso, na semana que passou, da assinatura de protocolo entre o Governo de Minas e um grupo norte-americano que tem origem no Vale do Silício, imerso portanto em alta tecnologia, para implantação, em Minas Gerais, de uma fábrica de veículos elétricos e outra de baterias de silício, com investimento previsto de R$ 25 bilhões e geração de 13 mil empregos diretos.

Em todos os sentidos, não é pouca coisa, a começar do fato de que será o primeiro empreendimento de grande porte que se abrigará no Aeroporto Industrial de Belo Horizonte, em Confins.

Segundo, o seu foco de interesse, reforçando a vocação de polo de alta tecnologia da região; terceiro, o senso de oportunidade. A indústria automotiva está passando por um ciclo acelerado de grandes transformações, começando pelo abandono do centenário e pouco eficiente motor a explosão, que será substituído por componente alimentado por eletricidade.

A velocidade desse processo é mais rápida do que se imagina e em pouco tempo mais o carro elétrico deixará de ser uma espécie de excentricidade para se transformar em padrão, mais econômico, mais eficiente e menos poluente. E não são previsões de futurólogos, bastando lembrar que a General Motors, que está entre os maiores produtores globais, confirmou para 2030 o fim da produção de veículos leves movidos a gasolina ou diesel.

Na Europa e na Ásia, na China especialmente, mudanças que foram propositadamente retardadas durante décadas por interesses tanto das montadoras quanto das petrolíferas, são agora parte de uma realidade sem volta. Como já comentamos, no Brasil, cuja indústria de material de transporte passou os últimos anos trabalhando bem abaixo de sua capacidade instalada, este processo de mudanças encontra-se bastante atrasado, na realidade quase parado.

E justamente Minas Gerais, por conta de sua localização, disponibilidade de mão de obra habilitada e um parque de suprimentos consolidado, foi o escolhido, com previsão de entrega de 22,7 mil veículos em 2024, além de 43,7 mil packs de baterias.

Os dirigentes da empresa, que já tem operações na Argentina, anteciparam também que terão sócios locais, além de planos para outros investimentos no Estado e no País, o que faz de seu projeto o mais ambicioso entre os que estão em pauta presentemente, quem sabe para fazer de Minas Gerais a principal referência no ciclo que se inicia. Há que aplaudir os envolvidos, a começar do governador Zema, colocando o empreendimento na linha do horizonte da superação das dificuldades atuais.

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