[EDITORIAL] Uma conta impagável

9 de janeiro de 2019 às 0h01

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O desajuste nas contas públicas, que começa na União, passa pelos estados e chega aos municípios, é o resultado previsível do excesso de gastos e da falta de controle, próprios de uma terra sem dono, tomada por aventureiros. Uma realidade que as novas administrações prometem modificar, impondo disciplina e moderação para que seja possível chegar à recuperação, antecipando o crescimento sustentável, durável e bastante para devolver a prosperidade aos brasileiros.

Nos últimos dias muito se tem falado a respeito, assim como um novo comportamento e um novo tempo são anunciados. Nesses movimentos estão os interesses de todos os brasileiros, passageiros do mesmo barco que corre risco de ir a pique, ainda que muitos deles, desavisados, torçam pelo contrário. Como disse um eleitor que não votou no presidente Bolsonaro, melhor será dizer, daqui há quatro anos, que errou. Tudo isso nos ocorre a propósito do tamanho e da urgência das tarefas que estão à frente. E dificuldades, sobretudo, para contrariar interesses que fatalmente serão feridos.

No final do ano foi divulgado um trabalho acadêmico dando conta de que, entre os anos de 1999 e 2017 o número de servidores do Executivo federal cresceu de 6,1 milhões para 11,2 milhões, números que correspondem a um aumento de 83,6% em menos de duas décadas. No mesmo período o total de funcionários do Judiciário subiu de 173 mil para 313 mil, com aumento de 80,9%, e no Legislativo, talvez para surpresa de muitos, o crescimento foi menor, de 29,6%, correspondente à contratação de 61 mil funcionários, elevando o total a 267 mil.

Também no final do ano o Banco Central fez as contas e informou que a dívida pública bruta chegou a R$ 52 trilhões, ou o correspondente a 77,3% do Produto Interno Bruto (PIB). O Banco Central também informou que em apenas um mês – novembro – pagou R$ 35 bilhões apenas em juros da dívida pública, uma conta que somou, no ano, R$ 352,3 bilhões, ou 5,4% do PIB, de longe, muito longe é preciso que seja dito, a maior de todas as contas que pesam sobre os ombros dos brasileiros. Ou quase o dobro do tamanho do déficit fiscal previsto para o exercício.

Uma coisa e outra, evidentemente, têm relação de proximidade, lembrando que o contingente de funcionários públicos e seus salários cresceram além da arrecadação e da inflação e vão sendo pagos com empréstimos que ajudam a inflar a dívida pública. São alguns dos fantasmas que devem estar tirando o sono do presidente da República, de governadores e de seus auxiliares na área econômica. Ou eles vencem ou os fantasmas devoram nossos sonhos e esperanças.

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