Evento vira momento de desagravo a Pazuello
24 de abril de 2021 às 0h15
Brasília – O evento do presidente Jair Bolsonaro, na sexta-feira (23), em Manaus, virou um momento de desagravo ao general Eduardo Pazuello, que foi foco de elogios do presidente, ministros e do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).
Em sua fala, Bolsonaro afirmou que seu governo conseguiu minimizar efeitos da pandemia de Covid-19, em especial pela atuação de Pazuello.
Já o ministro do Turismo, Gilson Motta, chamou o ex-ministro para ser aplaudido, enquanto o governador do Amazonas exaltou Pazuello por “ter feito todo o possível” para ajudar o estado durante a crise de falta de oxigênio causada pela superlotação de hospitais com infectados pelo coronavírus.
Sem cargo específico no governo, Pazuello não teria razões concretas para estar na comitiva presidencial, que foi a Manaus para a inauguração de um centro de eventos. O ex-ministro, no entanto, é amazonense e tinha planos de tentar uma candidatura política pelo Amazonas. Hoje, no entanto, é um dos principais alvos da CPI da Covid criada pelo Senado.
Esta semana, em entrevista à revista Veja, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten afirmou que a culpa pelo governo brasileiro não ter comprado 70 milhões de doses da vacina do laboratório Pfizer, ainda em 2020, foi de Pazuello, e não de Bolsonaro.
Wajngarten acusa a equipe do ministério, então chefiada por Pazuello, de não ter se interessado pela compra e não ter respondido o laboratório. O ex-secretário acusa o ministério e o ministro de “incompetência” e “ineficiência”, mas exime Bolsonaro, apesar de representantes da empresa já terem afirmado que endereçaram cartas oferecendo as vacinas diretamente ao presidente.
Pazuello foi demitido por Bolsonaro depois que a pressão sobre o governo pela resposta desordenada à pandemia chegou ao Congresso, com o centrão exigindo a saída do ministro, substituído por Marcelo Queiroga. Pazuello ainda é investigado em um inquérito sobre a resposta do governo à pandemia e o investimento em medicamentes ineficazes, como a cloroquina. (Reuters)